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Coordenadora do curso de medicina da UEPA critica projeto de Dilma

Dra. Ilmara Mudy, coordenadora do curso de Medicina da UEPA
Dra. Ilmara Mudy a favor da interiorização da medicina. O anúncio da Presidenta Dilma Rousseff (PT) de trazer médicos estrangeiros para atuar em várias cidades do Brasil e de prolongar o curso de medicina de 6 pra 8 anos, além de determinar a obrigatoriedade dos recém formados de trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) gerou desconfiança em acadêmicos e profissionais da área da saúde, em Santarém, no Oeste do Pará.

Os motivos do projeto de Dilma de trazer médicos cubanos para o Brasil teriam sido articulados no ano de 2006, no primeiro mandato do então presidente Lula (PT), quando teria sido firmado um pacto entre as duas nações, para a formação de profissionais na área da saúde, naquela ilha, da América Central.

Na época, filhos e parentes de políticos influentes do cenário nacional teriam ido a Cuba, para estudar medicina. Após se formarem em 2012, como forma de trazê-los de volta ao Brasil, a presidenta Dilma teria forjado um projeto para contratar médicos estrangeiros para o País, tirando a Prova do Revalida ((exame nacional que reconhece diplomas estrangeiros de medicina), para facilitar a entrada de parentes de políticos influentes no segmento da medicina no País.

“O pacto existe desde 2006, quando pessoas que não teriam condições de passar em uma faculdade brasileira foram a Cuba estudar medicina. Foi um acordo firmado entre vereadores, deputados e senadores”, revela a coordenadora do curso de medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa), médica Ilmara Mudy.

Para a médica ilmara Mudy, como os parentes de políticos influentes se formaram em 2012, vieram à tona as revelações da Presidenta de que a população precisa de mais médicos e, de que os profissionais daqui não dão conta da saúde pública. “Isso não é verdade! O que precisa ser feito é uma interiorização da medicina. Se os médicos daqui fossem valorizados aceitariam trabalhar no interior e não precisaríamos de clínicos de outros países”, informou Dra. Ilmara.

De acordo com Dra. Ilmara Mudy, os profissionais da região não têm nada contra médicos vindos de fora, porque segundo ela, existem clínicos de outros países trabalhando em Santarém e cidades vizinhas, como em Monte Alegre, onde tem um médico de Ruanda. Já em Santarém os hospitais contam com a atuação de uma médica chilena.

“Eles passaram pelo Revalida, que é uma prova dificílima. Se a pessoa for aprovada e tiver um percentual alto, consegue exercer a medicina no Brasil tirando o CRM. Mas, se não for aprovada não consegue exercer a medicina por ser considerada incapaz de atender pacientes no nosso País”, explica.

CONTRATAÇÃO: Em outros países, segundo a coordenadora do curso de medicina da Uepa, Ilmara Mudy, médicos estrangeiros não podem ser contratados de qualquer maneira. “Por que no Brasil querem fazer isso? É por isso a nossa revolta”, afirma a médica.

Dra. Ilmara destaca que existem brasileiros que fizeram medicina fora, como na Argentina, no Chile e no Uruguay e estão querendo voltar para o País de origem, mas devem fazer a Prova do Revalida. “Queremos saber o porquê dos cubanos não quererem fazer a prova? Isso é uma medida descabida, porque temos médicos suficientes e competentes para tratar da população e gastaram dinheiro para se formar e se especializar e até hoje, participam de congresso, workshop e a gente não pode deixar que isso aconteça”, dispara Dra. Ilmara, reforçando que é contra também a norma da presidenta Dilma de prolongar o curso de medicina para oito anos e obrigar os novos médicos a trabalharem no SUS pelo período de dois anos.

REVALIDA: O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Universidades Estrangeiras (Revalida) foi instituído em março de 2011. O exame é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em colaboração com a subcomissão de revalidação de diplomas médicos, da qual participam representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores e da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes), além do Inep. O Revalida é realizado em duas etapas, sendo a primeira constituída de prova teórica e a segunda de prova prática de habilidades clínicas. A avaliação é feita a partir da matriz de correspondência curricular, documento elaborado pela subcomissão de revalidação tendo como referência as diretrizes curriculares nacionais do curso de medicina no Brasil.

MUDANÇA: O governo fará uma mudança nos cursos públicos e privados de medicina. Além de cursarem os seis anos hoje previstos, alunos que ingressarem na graduação no início de 2015 trabalharão dois anos na rede pública de saúde antes de conseguirem o registro definitivo de médico. Nesse período extra, chamado de “2º ciclo” pelo governo, o médico continuará em formação, trabalhando exclusivamente em postos de saúde, prontos socorros e no Samu, sempre vinculado à instituição de ensino original. Ou seja, não poderá dar plantão por fora nem abrir consultório. Receberá uma bolsa do Ministério da Saúde, com valor ainda não definido –a expectativa é que fique entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

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