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Em reunião do Brics, Pará apresenta ferrovia e potencial de investimento no Estado


Diante de uma plateia formada por lideranças governamentais, diretores de empresas estatais e investidores privados dos cinco países membros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o governador do Pará, Simão Jatene, apresentou na manhã desta sexta-feira, 22, em Pequim, capital chinesa, o potencial de investimento no Estado e deu mais detalhes sobre o projeto da Ferrovia Paraense, que tem despertado e atraído atenção internacional. O governador foi o representante do Brasil no painel "Visão e Planejamento: desenvolvimento sustentável no setor de transportes do Brics". 

O painel foi presidido por SunZiyu, vice-presidente da China Communications Constructions Company (CCCC), que elogiou a participação paraense e a presença em Pequim. "Ficamos muito satisfeitos em ter convidado e receber aqui o governador, que também estará reunido com a CCCC para apresentar o projeto da Ferrovia. Esse momento é importante, pois certamente existem outras empresas da China e do Brics que ao conhecer mais o Pará, certamente podem querer investir no Estado", disse SunZiyu.

O governador Jatene iniciou sua fala abordando o desafio do desenvolvimento harmônico e sustentável no mundo, mas em especial na Amazônia. O governador destacou que o Estado tem trabalhado de forma integrada, através de políticas públicas na área econômica, social e ambiental, os pilares que sustentam o programa Pará Sustentável. "Nós do Pará estamos trazendo como exemplo concreto nesse Fórum, específico da área de infraestrutura, a Ferrovia Paraense, cujo projeto foi concebido com o objetivo de avançarmos na questão da logística e infraestrutura para o crescimento econômico, mas todo o projeto foi concebido com a preocupação social e ambiental", disse Jatene.

O governador destacou que o Pará possui posição privilegiada em relação aos maiores mercados e portos do mundo. Além disso, o Pará possui matéria-prima para a indústria mineral, tem conquistado grandes avanços na área do agronegócio, é destino para investimentos em turismo e é fornecedor de energia, além de ser referência na permanente busca de mecanismos de monitoramento e controle do meio ambiente, tendo como foco o desenvolvimento sustentável e geração de qualidade de vida.

Em seguida, Simão Jatene detalhou o projeto da Ferrovia Paraense. Após o painel, o governador foi procurado para dar mais detalhes e concedeu entrevistas para a imprensa chinesa. Jatene explicou que a Ferrovia Paraense atravessa a porção oriental do Estado de sul a norte em 1.312 quilômetros, devendo se conectar com a Ferrovia Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, o mais próximo dos principais mercados consumidores do Brasil – China, Europa e Estados Unidos.

O custo do projeto está estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga. O licenciamento ambiental já está sendo conduzido por órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão com a licença em mãos. O traçado do projeto da Ferrovia Paraense não passa por áreas indígenas ou quilombolas, nem florestas densas, o que é um elemento fundamental para que o empreendimento avance sem gerar degradação ao meio ambiente.

A possibilidade de coligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul, em um trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará e Açailândia (MA), abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos do projeto para a iniciativa privada. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios do Estado e terá capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas por ano. O governador Jatene destacou, ainda, durante seu pronunciamento, que a Ferrovia já possui interesse de grandes indústrias para usar o modal para o transporte de cargas. 

Ainda nesta sexta-feira, 22, o governador Simão Jatene terá reuniões com representantes da China Communications Constructions Company (CCCC). Em seguida, o grupo paraense se reúne com a direção do Instituto Confúcio, entidade que está presente no Pará em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e possui mais de 600 sedes, nos cinco continentes. A chegada do Instituto Confúcio ao Pará marca a integração dos dois países, a aproximação na economia e na produção de conhecimento, áreas estratégicas no âmbito do Brics. 

Embaixador do Brasil na China elogia projeto da Ferrovia Paraense

Na quinta-feira, 21, o embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, conheceu um pouco do projeto da Ferrovia Paraense e elogiou a iniciativa paraense em buscar investidores de diferentes partes do mundo. "O projeto paraense é interessante. A ideia de uma ferrovia que possa escoar não só a produção de minério de ferro, mas também grãos e outros produtos da cadeia mineral é excelente e terá uma grande receptividade entre as empresas chinesas", destacou Caramuru. O diplomata elogiou ainda o esforço paraense em trabalhar para dinamizar a economia do Estado, gerando emprego, através da busca de novos investimentos.

Para ele, "não há outro caminho para o Brasil e para os governadores senão o de se comunicar, de buscar os investidores, mostrar os projetos e esperar uma reação". O embaixador ainda explicou que os chineses compreendem iniciativas semelhantes dos Estados. "A China também é um país onde as províncias são fortes, elas têm força econômica e política, que funciona de baixo para cima, através do empreendedorismo e das iniciativas que se dão a nível subnacional. Portanto, acho que é um casamento perfeito a ideia de que o governador do Pará tenha se disposto a vir tão longe aqui, mas fazendo os contatos corretos, com as empresas que já conhecem um pouco do Brasil e que muito possivelmente darão resposta positiva às apresentações do Pará e às suas demandas", resumiu. Também participaram do encontro do Brics e das demais audiências os deputados estaduais Martinho Carmona (PMDB), Tiago Araújo (PPS), Dirceu Ten Caten (PT), Milton Campos (PSDB) e Lélio Costa (PC do B).

Fonte: Secom, Brics, PARÁ

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