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Vocês lembram do caso da Melissa King? Nua e constrangida.

MELISSA KING, A MISS ADOLESCENTE QUE PERDEU O TÍTULO POR TER FEITO UM FILME ADULTO, NÃO É A NOVA SASHA GREY. 


"Eu achei que seria divertido e precisava de dinheiro.” Com essas palavras, ditas com um sorriso nos lábios, a universitária americana Melissa King, de 18 anos, explica à câmera por que está prestes a fazer seu primeiro filme pornô. O que se segue é previsível. A garota vai de joelhos para o chão e faz sexo oral num estranho sem rosto. Depois, por 30 minutos executam o roteiro clássico de posições do gênero. O sujeito sua a camisinha, mas Melissa, embora ria sem jeito para as lentes, parece estar distante e constrangida. Empenha-se, mas não consegue demonstrar entusiasmo enquanto o colega martela energicamente dentro dela. O resultado não é o pior filme pornô disponível da internet, mas é triste.

Melissa King tornou-se famosa por ter renunciado, dias atrás, ao título de Miss Teen Delaware, um pequeno estado americano. Quando ganhou o concurso, os produtores do pornô – que haviam pago US$ 1,5 mil pelo trabalho sem talento dela – perceberam que poderiam reaver seu dinheiro em grande estilo. Divulgaram a existência do vídeo na rede e, nas horas seguintes, o site, chamado Young Girls Porn, quase caiu de tantos acessos. Melissa primeiro negou, tolamente, que fosse ela naquelas imagens impudicas. Depois caiu na real e deixou de ser Miss. Em seu Twitter, tem dito aos seus agora 11 mil seguidores que gostaria de ser deixada em paz. Sua hashtag favorita é não sou perfeita. 

Depois de ver Melissa, tive o impulso de procurar o vídeo de estreia de Sasha Grey, a mais conhecida atriz pornô da era da internet, que se aposentou em 2011 aos 22 anos. Não se pode comparar uma com a outra, exceto pela magreza e juventude. Sasha, na mesma idade e nas mesmas circunstâncias de Melissa, tinha total controle da situação. Entrega-se ao primeiro papel que se propõe a fazer com volúpia e determinação. É uma atriz consumada, um talento destituído de pudores – não só na cama. Sasha foi a programas de entrevistas americanos e deixou todo mundo de queixo caído com sua segurança.

Disse que fazia pornô porque queria e porque gostava, que nunca fora abusada, tinha uma família bacana e  jamais passara necessidade. Melissa não poderia dizer o mesmo. Entre os 12 e os 18 anos – três meses antes do tal vídeo – viveu em lares adotivos. Seus pais biológicos morreram ou os assistentes sociais consideraram que a barra na casa dela era pesada demais para uma criança. Numa entrevista sobre adoção, ainda com a coroa de Miss, Melissa fala da falta de grana, da insegurança e de “quantas pessoas” passaram pela sua infância.

Fiquei com a impressão de que ela teve uma vida ruim – e que o vídeo pornô foi mais uma burrada numa existência em que nada deu muito certo. Enquanto Sasha Grey se explica pela psicologia, Melissa King é um caso para a sociologia. Uma causa espanto e até admiração, a outra provoca pena. Ambas viverão à sombra da indústria pornô por muito tempo – mas apenas uma delas sabia o que estava fazendo lá.  

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