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MAIS MÉDICOS: ‘Governo perdeu o rumo’, diz médico santareno


O Programa permite a vinda de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior .
Santarém - Em participação ao programa Mesa Redonda da Rádio 94 FM, nesta quinta-feira (11) em Santarém, oeste do Pará, os médicos Bruno Moura e Manoel Alvarenga se manifestaram contra a proposta do programa ‘Mais Médicos’, lançado na segunda-feira (8), em Brasília pelo governo federal.

O Programa tem o objetivo de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões carentes, e permite a vinda de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior .

De acordo com o Conselho Municipal de Saúde de Santarém, há 101 médico atendendo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Para o médico Radiologista Bruno Moura o anúncio das medidas surpreendeu a classe médica santarena e deixou os profissionais preocupados com a saúde pública. “Ninguém esperava esse anúncio. Nós esperávamos medidas que melhorassem principalmente a infraestrutura do sistema público, melhorasse condições do hospital e postos de saúde. A nosso ver não traz resolutividade, mas sim preocupação porque você está importando médicos sem que eles façam uma avaliação para saber se estão capazes de atuar dentro do Brasil”, defende.

Para o médico endocrinologista Manoel Alvarenga o problema não é a falta de médicos no país, mas sim a falta de infraestrutura. “O HRBA [Hospital Regional do Baixo Amazonas] trouxe vários profissionais que antes não viriam porque a unidade dá suporte. Eles estão querendo encobrir a falta de investimentos na saúde. Não me admira a Dilma [presidente] fazer uma medida dessa, me admira o ministro da saúde, médico, compartilhar com uma ideia dessa”.
Alvarenga destacou a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) em Santarém, no mês dezembro de 2012 e discorda que a justificativa do não funcionamento da unidade seja por falta de médico: “Não é só pela falta de médico é pela falta de verba. É um problema estrutural, falta equipamento, medicamento”.

Inicialmente, as vagas serão destinadas a profissionais com diploma obtido no Brasil ou validado pelo Revalida. Caso esses profissionais não preencham todas as vagas do programa, o governo optará em trazer médicos diplomados em outros países. “Você trazer médico estrangeiro e não fazer a provado Revalida não dá para admitir não dá pra saber se esses médicos trarão realmente benefícios ou malefícios”, defende Bruno.

“Em minha opinião governo perdeu o rumo da gestão da saúde pública no Brasil”, enfatiza o médico Radiologista.

Duração Curso de Medicina

O governo também anunciou que a duração dos cursos de medicina poderá subir de seis para oito anos em 2015. Sobre isso os médicos destacam: “isso com certeza desistimulará novos estudantes a seguir uma carreira médica e piorará a deficiência de médicos no país”, disse Bruno.

Segundo o médico Alvarenga seis anos para quem estuda medicina são suficiente: “Na verdade falta é abrigar mais vagas de especialização, de residências médicas, então não adianta contratar, e trazer médico e aumentar o número”, completa.

A Portaria foi pública no Diário Oficial da União.



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