Dólar sobe forte no quinto dia seguido de alta
Cotação da moeda chegou a R$ 2,75. Na segunda-feira, dólar subiu 1,29% e fechou vendido a R$ 2,6853.
O dólar opera em alta pelo quinto dia seguido nesta terça-feira (16), rondando o patamar de R$ 2,75, reagindo à intensa aversão ao risco nos mercados globais, após a forte alta dos juros da Rússia na noite passada se mostrar insuficiente para evitar o tombo do rublo e em meio à contínua queda dos preços do petróleo.
Por volta das 14h20, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,7505, em alta de 2,43%.
Veja cotação
O dólar vem pressionado pelo ambiente de incertezas internas e externas, com investidores preocupados principalmente com o futuro do programa de intervenções no câmbio do Banco Central brasileiro, e atentos à queda nos preços do petróleo.
"O mercado já está com a pulga atrás da orelha, esperando uma sinalização mais contundente do BC sobre o programa de câmbio", disse à Reuters o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. "Agora, com o mau humor no exterior, não há quem segure", acrescentou.
Leia também:
- BC sinaliza que programa de 'swaps' cambiais continuará em 2015
- Rublo despenca e operadores russos veem sombras da crise de 1998
- Acompanhe mais cotações do mercado financeiro
Oferta diária do BC será mantida
Nesta terça-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou que os leilões diários de contratos de "swaps cambiais" terão prosseguimento em 2015 - instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro (derivativos) - o que também impede uma pressão maior no mercado à vista da moeda norte-americana.
"Nos próximos dias, vamos definir os parâmentros do programa de swaps cambiais para o começo de 2015. Nos próximos dias, teremos novidades. Os parâmetros podem ser ajustados. No mínimo 50 [milhões de dólares] por dia e no máximo 200 [milhões de dólares] por dia. Hoje, são US$ 200 milhões por dia", declarou Tombini após audiência pública no Congresso Nacional, em uma tentativa de acalmar o mercado.
Os contratos de "swaps cambiais" - instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro (derivativos), o que também impede uma pressão maior no mercado à vista da moeda norte-americana - vêm sendo ofertados diariamente pela autoridade monetária desde agosto de 2013, momento no qual o dólar atingiu R$ 2,40.
Com o anúncio do Banco Central, o atual estoque de contratos de "swap cambial" em mercado, que equivale a cerca de US$ 100 bilhões, tende a continuar subindo, mas o aumento tende a ser menor. Isso porque a oferta atual de US$ 200 milhões (acima da rolagem) por dia tende a ser reduzida, uma vez que vai oscilar entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões diários.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 196,6 milhões. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de setembro e 2 mil para 1º de dezembro de 2015.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 6% do lote total. Após o fechamento da véspera, o BC anunciou ainda para esta sessão leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 2 de junho de 2015.
Efeito Russia
O dólar disparava cerca de 10% contra o rublo nesta sessão, mesmo após o banco central da Rússia elevar sua taxa básica de juros a 17%, ante 10,5%. A decisão deu força à aversão global a risco, com os investidores buscando aplicações consideradas mais seguras, em meio à forte queda dos preços do petróleo .
O mercado também continuava ainda sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo, sobretudo via política fiscal.
Na segunda-feira, a moeda norte-americana subiu 1,29%, a R$ 2,6853, maior valor desde 29 de março de 2005. No mês e no ano, há valorização acumulada de 4,42% e 13,9%, respectivamente. Nas últimas oito sessões, o dólar fechou em baixa apenas uma vez, na última terça-feira (9).
Fonte: Economia
Nenhum comentário
Postar um comentário