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Crianças vítimas de violência tem amparo gratuito em hospitais da Rede Ebserh


Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância traz debate sobre o tema. A semana que é comumente marcada pela alegria do dia das crianças também busca trazer os olhares da sociedade para uma triste realidade presente no dia a dia: a violência na primeira infância.

Marcada entre os dias 12 a 18 deste mês, a Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância reflete sobre o problema em crianças entre 0 a 6 anos, em que os acontecimentos têm ainda mais impacto na formação do indivíduo.

Atentos a esta realidade, hospitais da Rede Ebserh oferecem serviços e promovem discussões visando mudar essa realidade e amparar quem já sofreu. Em Fortaleza (CE), na Maternidade Escola Assis Chateubriand (Meac) o programa “Superando Barreiras” oferece assistência integral a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência sexual. O serviço envolve psicóloga, assistente social, ginecologista, terapeuta ocupacional, psiquiatra, entre outros, e recebe cerca de cinco novos casos por semana.

“Já aconteceu de recebermos crianças que, ao atendermos, descobrimos que já estavam contaminadas com HIV pelos agressores. Alguns casos são pontuais e outros são crônicos, constantes. A criança já vai sofrendo danos quando deveria estar se desenvolvendo. São grandes as chances de ter agressividade, depressão, dificuldade de confiança e de aprendizado”, explicou a coordenadora do projeto, a ginecologista Débora Brito.

A especialista ainda pontua que o trabalho deve ser feito em conjunto com a família, que muitas vezes também é afetada pela violência, pois o agressor comumente faz parte do convívio social da criança. “Este caso gera repercussão em vários laços. Por isso, buscamos cuidar e orientar toda a família. O objetivo principal é a plena recuperação da criança, mas compreendendo que tem influência em vários eixos”, comentou.

Cobertura 24h em Minas

Trabalho semelhante e multiprofissional é feito no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), onde o grande diferencial é o atendimento multiprofissional e o direcionamento para outros órgãos responsáveis. O ambulatório Nuavidas faz acompanhamento de crianças vítimas de violência sexual com uma equipe composta por médicos, assistente social, psicólogo e estudantes do curso de direito da universidade.

O HC ainda tem um pronto socorro de pediatria 24h, com Instituto Médico Legal (IML) no próprio hospital, preparado para atuar em casos identificados, além de um serviço social articulado com a Rede de Proteção, Vara da Infância, Conselhos Tutelares e abrigos. “Quando existe suspeita de uma violência há menos de 10 dias, o próprio pronto socorro já coleta vestígios de esperma e DNA e encaminha para o IML, além de orientar sobre os próximos passos”, destaca a ginecologista obstetra, Helena Silva.

Outra profissional que cuida dos atendimentos, a psicóloga e professora do instituto de psicologia da UFU, Anamaria Neves, ressalta o quão complexo é o tratamento e o quão prejudicial esta violência pode ser, especialmente nesta fase da vida.” Quanto mais cedo a criança é violada, mais graves são as consequências, principalmente se for dentro da família, pois o violentador pode ser na cabeça dela uma figura de proteção”, analisa, ainda destacando o quão importante são as campanhas de alerta para que as crianças e até mesmo as pessoas próximas possam identificar possíveis problemas.

Além dos casos citados, em Campina Grande (PB), o Hospital Universitário Alcides Carneiro também tem um trabalho voltado para o tema. Ao perceber que alguma criança atendida pela unidade passou por estes problemas, a equipe oferece atendimento psicológico e acompanhamento frequente. “Bom mesmo é quando conseguimos dar alta. Percebemos eles se recuperando na maneira que comunicam, melhorando na escola. É um processo longo, mas é muito bom ver eles voltando aos poucos. É gratificante”, finalizou Débora Brito.

Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh

Fonte: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 

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