Santa Casa de Porto Alegre usa inteligência artificial para revisar prontuários de pacientes a cada 3,8 segundos
Santa Casa de Porto Alegre
Como parte do Programa de Aceleração de Ida a Mercado em Saúde, as soluções do Robô Laura salvam vidas ao identificar e evitar infecções generalizadas em pacientes hospitalares.
A partir de hoje, a tecnologia da Laura - primeiro robô gerenciador de riscos do mundo – está funcionando na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para monitorar 70 leitos, detectando precocemente os riscos dos pacientes terem uma infecção generalizada, conhecida como sepse, responsável por 25% das taxas de ocupação do leito em UTI no Brasil, segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). A implementação faz parte do Programa de Aceleração de Ida a Mercado em Saúde que a Santa Casa para promover a inovação em saúde e, até o final de 2020, serão monitorados 1.200 leitos.
A Laura já começa a funcionar na Santa Casa com uma versão atualizada de sua Inteligência Artificial para identificar pacientes em risco. Com essa atualização, o machine learning leva em conta todo o histórico do paciente ao coletar os sinais vitais para fazer a previsão da deterioração clínica a cada 3,8 segundos, melhorando os protocolos tradicionais para identificar pacientes em risco. “Antes, a cada dez pacientes em risco, a equipe assistencial conseguia detectar quatro. Com machine learning, esse número passou de quatro para aproximadamente oito” declara o diretor de tecnologia da Laura, Cristian Rocha.
Quando a Laura detecta o risco, alerta a equipe assistencial e otimiza o atendimento, o que resulta em mais vidas salvas. Segundo o diretor médico da Santa Casa de Porto Alegre, Dr. Antonio Kalil, a chegada da Laura é um marco. “Coloca um processo genuinamente inovador, que se vale de inteligência artificial em sua essência, no dia a dia de uma instituição bicentenária. É um olhar de futuro que traz, de forma pioneira para a assistência aos pacientes SUS, aquilo que há de mais moderno, de ponta, em tecnologias hospitalares”, diz Kalil. Em parceria com a techtools ventures, a instituição mantém um programa de aceleração para negócios com soluções para os problemas do setor, conectando a indústria de saúde com startups em um ambiente que favorece a inovação em hospitais.
Segundo Jeff Plentz, presidente da techtools ventures que faz a cogestão do programa de inovação da Santa Casa de Porto Alegre, esta é a oportunidade para que a Laura, uma empresa genuinamente brasileira, possa ganhar escala e oferecer sua solução em prol dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS. “Como a rede de inovação da techtools ventures endereça soluções sistêmicas para reverter a curva de despesas no SUS que é crescente, estamos contando com o que existe de mais moderno em inteligência artificial para combater a sepse. Com isso, os médicos e profissionais de saúde ganham mais segurança e inteligência no monitoramento de cada caso. Os pacientes são beneficiados com diagnósticos mais precisos e monitoramento em tempo real de seu quadro e, consequentemente, o time de gestão do hospital poderá realizar seu trabalho de forma mais inteligente com dados precisos em mãos”, afirma Plentz. O executivo complementa ainda que, como a rede de inovação em saúde da techtools ventures deve chegar a 200 hospitais até 2021, este programa de aceleração é estratégico para que as soluções do Robô Laura possam ser escaladas rapidamente aos demais hospitais filantrópicos no Brasil e exterior.
No Brasil, cerca de 670 mil mortes por ano são causadas por sepse. Como as primeiras horas de tratamento são as mais importantes, é crucial ter agilidade na identificação de tipos de infecções, leves ou graves, que possam evoluir para um quadro mais complexo. “A sepse é uma emergência médica e seu tratamento deve ser priorizado, por isso estamos empenhados em levar as soluções do Robô Laura não apenas para pacientes já internados em hospitais, mas também atendimentos nos serviços de urgência e emergência para os todos os hospitais que estão ingressando na rede que tem a Santa Casa de Porto Alegre como uma das precursoras”, declara Plentz.
Jac Fressatto, CEO da Laura, complementa que “tem certeza de que esse é um resultado muito importante, mas queremos e podemos ir muito além. Nossa meta é atingir 100 hospitais, entre filantrópicos, públicos e privados, até o final de 2019. A tecnologia da Laura tem capacidade produtiva para isso e é otimizada constantemente por uma equipe de profissionais que, mais do que números, acreditam na causa e acreditam que é possível usar a tecnologia para salvar dezenas, centenas e milhares de vidas”, afirma o executivo.
Sobre a techtools ventures
A techtools ventures é uma firma de Venture Capital (VC) focada na gestão de participações e rede de inovação em hospitais que atua em projetos de base científica e tecnológica na área de saúde em negócios com potencial global e de elevado retorno financeiro e social.
Fonte: Juliana Giancolli
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