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Análise: Nexus 4 é a pedra bem lapidada do Google



O novo smartphone do Google pode ser comparado a um diamante. Não que seja tão valioso quanto a pedra preciosa, mas ele carrega em si o Android 4.2 em sua forma mais pura. Essa combinação faz crescer os olhos dos admiradores do sistema operacional sobre o Nexus 4, previsto para chegar ao Brasil na próxima quarta-feira, 27. E nossa análise mostra que eles têm razão.

Mas calma, lá. A comparação não significa que o novo aparelho do Google em parceria com a LG seja perfeito. Muito menos que o sistema operacional esteja isento de erros. Tampouco significa que ele agradará a todos: há quem não goste de diamantes. Os pesares existem e, apesar deles, o Nexus 4 é um excelente modelo. 

O chamariz mais reluzente é mesmo a integração entre software e hardware. O Android Jelly Bean voa em céu de brigadeiro pelo smartphone. Ele não engasga entre transições de imagens. A resposta da tela é quase instantânea ao toque. A interface do sistema reduz o número de gestos para realizar funções. Mesmo os botões dedicados adequam-se ao uso, mudando sua orientação ou desaparecendo se necessário.

Aos moldes do Windows Phone 8, a tela de bloqueio agora é editável, com um terço dedicado à câmera e outro terço disponível a qualquer aplicativo escolhido pelo usuário. Na barra superior de status há também um novo recurso. Chamada de Quick Settings, em inglês, a janela exibe uma série de opções básicas de configuração do aparelho, como uma evolução da PowerBar que ativa conexões sem-fio, por exemplo. Isso facilita bastante pequenas alterações no smartphone.

A costura com os serviços do Google também está mais amarrada. A agenda de pessoas é integrada ao Google Talk e exibe o status de cada contato com a opção de abrir o mensageiro da empresa. Outro diferencial é a navegação nativa pelo Google Chrome. O browser se comporta como no computador com melhorias voltadas para a tela pequena. Há, por exemplo, um botão para visualização de todas as abas abertas.

O teclado no novo sistema operacional também foi incrementado. Os botões estão mais nítidos e com menos caracteres. Existe uma função similar ao Swype, da Motorola, que permite escrever palavras sem tirar o dedo da tela. Na autocorreção, contudo, o sistema cometeu algumas falhas. Julien transformou-se em Julienne e ao apagar uma letra a palavra toda era deletada.

O problema fica pequeno ante a tela de 4,7 polegadas. Ela tem resolução de 1280 x 768 pixels com 16 milhões de cores e tecnologia IPS Plus. Filmes em alta definição do Youtube têm um ótimo palco no smartphone, mesmo se ele estiver um pouco de lado. O display é revestido por Gorilla Glass, o que, talvez, aumente seu índice de reflexo. 

O acabamento coloca o Nexus 4 à frente do Galaxy S4. Na lateral, uma borracha rígida reveste o smartphone, ajudando na sua pegada. Ela também oferece resistência às portas de conexão. Na parte de trás, mais vidro protetor. A tradução literal diz algo sobre a proteção que o Nexus recebeu contra riscos, arranhões e quedas -- e grandes primatas da selva tropical. Ela também cobre a lente da câmera com seu sensor de 8 MP.

A captura de fotos do aparelho segue a linha evolutiva do Google no Android. Ela é melhor que em versões anteriores, mas não espanta rivais como o iPhone 5 ou Lumia 920. O aplicativo suporta vários tipos de iluminação e fotografias em HDR, modo que retém mais detalhes de luz e sombra das cenas fotografadas. Ainda assim, num comparativo é possível perceber fidelidade ligeiramente maior da câmera da Apple nas cores fundamentais, muito embora a nitidez de ambas sejam equiparáveis.

Outro recurso interessante para fotos é o modo panorama, disponível no sistema desde a versão 3.0, e o Photo Sphere, que seria um modo panorama em três eixos. Na teoria é possível fazer uma imagem de tudo que há ao redor da câmera, mas os resultados costumam sofrer com a colagem artificial dos quadros. Embora não seja tão fácil, é possível fazer imagens dignas de Google Street View com o aparelho.

A câmera também inova em relação a seus predecessores ao permitir foco além do que está no centro da tela. Ela captura as imagens logo após o clique, trunfo do processador do aparelho. A CPU é a Qualcomm Snapdragon S4 Pro com quatro núcleos rodando na frequência de 1,5 GHz. Ela está pareada com memória RAM de 2 GB e memória de armazenamento de 8 GB ou 16 GB. Segundo o Google, essas especificações fazem do Nexus 4 o aparelho mais rápido do mundo.

Num teste que mede o índice de quadros por segundo, o Nexus 4 faz valer a declaração dos seus criadores. A placa de vídeo, a GPU Adreno 320, também contribui no serviço. Não à toa o conjunto tem um consumo elevado da bateria. Fazer um uso ativo, ainda que normal, do aparelho pode drenar sua energia em menos de um dia. Para piorar, o ponto negativo já era encontrado em outros modelos do Nexus. 

Mais um velho possível incômodo é a ausência de entrada para cartão microSD. É preciso se contentar com a capacidade interna do Nexus 4. Se isso não era grande problema para o primeiro modelo da família ou para o Nexus S, certamente é uma pedra no sapato na versão mais recente. O motivo é culpa da própria evolução dos smartphones. Cada vez mais potentes, eles suportam aplicativos melhores e, consequentemente, mais pesados em seus megabytes.

Há quem reclame também da ausência de suporte a 4G no novo Nexus. A falta foi sentida especialmente por analistas norte-americanos, onde a rede LTE já opera. No Brasil o fato não desagrada, ao menos enquanto a nova geração de conexão móvel não chega. Para um futuro próximo quem sabe os proprietários do smartphone ficarão insatisfeitos, mas não é o caso por ora. 

O Nexus 4 tem força para concorrer com aparelhos topo linha que já chegaram ou estarão disponíveis em pouco tempo no país, caso do Galaxy S4, Optimus G, Lumia 920 e iPhone 5. Embora pronto para a briga, o aparelho segue sua vocação para usuários avançados. Seus novos recursos aliados às especificações fazem dele uma jóia na mão de fãs do Android, mesmo com pequenas imperfeições.

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