Servidor Federal denuncia que foi torturado na Delegacia
João Tomé Filho e seu advogado Edy Medeiros
João Tomé Filho, através de seu advogado Edy Medeiros, vai acionar Corregedoria de Polícia.
O caso da prisão em flagrante do diretor do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Monte Alegre, João Tomé Filho, dentro da balsa “Camila”, que faz a travessia do Porto de Santana do Tapará para Santarém, no dia 16 deste mês, teve nova versão nesta semana. João Tomé foi preso em flagrante acusado de comprar um carro com a placa adulterada.
Segundo a Polícia Civil, o proprietário do veículo teria comprado de outra pessoa uma caminhonete modelo Triton, com placas NOS-7423, que já havia negociado o carro anteriormente com uma terceira pessoa em Altamira.
Durante a tarde do dia 16, João Tomé Filho, que é pastor de uma igreja evangélica em Monte Alegre, ficou preso na 16ª Seccional de Polícia Civil de Santarém até a conclusão do interrogatório. Ainda no dia 16, o delegado de plantão arbitrou fiança para a liberação do investigado.
De acordo com o advogado Edy Medeiros, seu cliente foi acusado de ter sido pego com um carro roubado ou clonado. Porém, o advogado garante que a investigação da Polícia constatou que não existe o clone do carro e, que também não é furtado.
“Furto ou clone, nada disso existe, ou seja, o carro não tem nenhuma divergência e nenhuma irregularidade. Portanto, a prisão de João Tomé foi totalmente irregular e ilegal. Agora vamos cobrar as providencias da Polícia, do por quê que ele foi preso, já que não havia sequer Boletim de Ocorrência contra o carro, nem contra meu cliente”, aponta Dr. Edy Medeiros.
Segundo ele, seu cliente de boa fé comprou o carro com o preço de mercado e estava pagando as parcelas corretamente, quando do nada apareceu uma pessoa dizendo que era dona do veículo e, que ele havia sido roubado. Porém, Dr. Edy Medeiros reafirma que não existe sequer Boletim de Ocorrência constatando o furto.
“Meu cliente, João Tomé Filho, comprou o carro e pagou uma parcela à vista e assumiu o restante do financiamento, o que estava cumprindo a rigor. Não foi lavrado sequer o procedimento. Sobre a prisão em flagrante não foi constatado nada, tanto é que depois ele foi liberado. Humilharam e depois o liberaram. João Tomé está com esse carro há quase um ano e nunca havia tido problema”, declarou o advogado.
SERVIDOR DIZ QUE FOI TORTURADO E HUMILHADO: Já o servidor do INCRA, João Tomé Filho, relata que estava na balsa vindo de Monte Alegre, inclusive, trazendo o carro para resolver o problema em Santarém, quando rapidamente foi abordado pela Polícia Militar e, que depois de uma conversa foi levado diretamente para a Delegacia.
Quando chegou à Seccional de Polícia Civil, João Tomé afirma que recebeu voz de prisão do delegado de plantão. “Ele (delegado) falou que era flagrante delito e me prendeu sem direito a nada. Eles mandaram eu tirar minha roupa, me fotografaram e colocaram a minha imagem no youtube, ou seja, foi a maior humilhação que eu já passei na minha vida”, diz João Tomé Filho, inconformado com a humilhação que sofreu na Seccional Urbana.
Ele revela que foi submetido à tortura psicológica dentro da Delegacia de Santarém. “Eu quero dizer que sou um homem muito reservado e nunca fiquei só de cueca nem perto dos meus filhos, mas fui exposto pro mundo inteiro. Os danos causados a mim foram muito grandes e irreparáveis. Agora vou cobrar na Justiça toda essa humilhação!”, declarou João Tomé Filho.
DANOS MORAIS: O advogado Edy Medeiros reforça que João Tomé Filho é funcionário público federal concursado e pastor de uma igreja evangélica em Monte Alegre e, que por ser homem público não deveria ter sido tratado como bandido pelos policiais civis. “Hoje, ele fica recebendo mensagens de pessoas estranhas no celular dele, fato que o deixa muito chateado. Foi como ele disse, que não tem dinheiro que pague a humilhação que ele está passando. Ele foi humilhado na Delegacia de Polícia”, disse o advogado.
Para ao advogado Edy Medeiros, se tivesse algum problema, a pessoa que se diz lesada deveria ter procurado a Justiça Comum para fazer os procedimentos legais e não inventar que o carro havia sido furtado e que era clonado.
“Não há clone e nada de errado contra o veículo. Vamos entrar com uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil, porque o procedimento foi feito de forma errada. Meu cliente foi filmado, fotografado, colocado no youtube e blogs na internet para todo mundo ver, dentro da Delegacia de Polícia. Quem tiver culpa e quem tiver causado os danos ao seu João Tomé vai ter que responder”, alertou o causídico.
Por: Manoel Cardoso
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