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Médicos voltam a ser ameaçados no Hospital Regional


Profissionais do Hospital Regional de Santarém voltam a ser alvos de ameaças. A onda de crimes praticados contra médicos em Santarém parece não ter fim. Duas semanas depois de o médico Edson Ferreira Filho sofrer um atentado dentro do seu consultório, no Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará (HRBA), quando foi atingido com cinco tiros a queima roupa, seus colegas de profissão Carlos Augusto Hummes e Kalysta de Oliveira Resende Borges procuraram a 16ª Seccional da Polícia Civil, no último final de semana, para denunciar novas ameaças que sofreram dentro do Hospital Regional.

Em um Boletim de Ocorrência (BO), registrado na Seccional de Polícia Civil, os dois médicos relataram que foram informados pelo também colega médico, Dr. Manoel Alvarenga e pela enfermeira Dayse, que uma pessoa identificada como Maizom Braga Picanço, residente na Travessa Floriano Peixoto, nº 20, bairro do Maracanã, em Juruti, Oeste do Pará, esteve no sábado, dia 18, nas dependências do Hospital Regional, mais precisamente na Clínica Oncológica (2º Andar), onde fez ameaças contra a equipe que atendeu seu filho Willian de Souza Picanço.

De acordo com os médicos, durante o atendimento ao filho do acusado, a equipe formada pela enfermeira Dayse, a técnica de enfermagem Maria Renilza e a médica Andréia Joy, estava dentro da Clínica Oncológica e os profissionais receberam diretamente as ameaças cometidas por Maizom Picanço.

Os médicos Carlos Augusto e Kalista de Oliveira contaram que receberam claramente as ameaças, já que também faziam parte da equipe que atendeu o paciente. Segundo o médico Carlos Augusto, após o comunicado das ameaças, juntamente com a médica Kalista, foram orientados pela direção para não comparecerem ao Hospital Regional até que a situação fosse resolvida.

Preocupados com a onda de violência, os médicos do Hospital Regional cobram providências por parte dos órgãos de segurança de Santarém.

TRANSFERÊNCIA: O médico neuropsiquiatra Edson Ferreira Filho foi transferido, na manhã de terça-feira, 21, para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para continuar o tratamento que iniciou no Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará (HRBA), em Santarém. Na capital paulista, ele passará por uma avaliação e poderá ser transferido até mesmo para outro País.

FALTA DE SEGURANÇA: O atentado sofrido pelo médico neuropsiquiatra Edson Ferreira Filho, ocorrido no último dia 9, em Santarém, levantou o debate sobre a falta de segurança nas unidades de saúde pública do Estado. De acordo com o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), os casos de violência contra a classe médica estão cada vez mais crescentes em todo o território paraense.

Segundo o Sindmepa, nos últimos anos a sociedade percebeu o aumento progressivo da violência e a classe médica não escapou deste mal que aflige a todos. A entidade tem recebido constantemente reclamações de agressões sofridas pelos profissionais no Estado do Pará, especialmente entre os que trabalham com perícias, seguidos por médicos vinculados a planos de saúde e, abaixo destes, por médicos que atendem em unidades de urgência e emergência públicas.

INDÍCIOS: O sindicato informou que as agressões são comumente verbais e decorrem de falhas no sistema, sobretudo, a falta de informações, encaminhamentos errados e confusos, a demora na realização de exames, equipamentos inexistentes, quebrados ou obsoletos, demanda excessiva, número reduzido ou inexistente de profissionais, falta de medicação, demora no atendimento, entre outros.

Sobre o que é preciso fazer para evitar que casos de agressão contra o profissional médico ocorram nos hospitais públicos e privados, o Sindmepa sugere que, em primeiro lugar, as ameaças sejam tratadas como caso de Polícia e no âmbito da segurança pública. No entanto, algumas medidas preventivas devem ser adotadas pelas instituições e pelo próprio profissional, como a manutenção de seguranças nas unidades.

Fonte: O Impacto

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