Justiça determina saída de índios do canteiro de Belo Monte
Sérgio Guedes concede prazo de 24h para Funai negociar desocupação. Índios pedem presença de representantes do Governo Federal.
Altamira - O juiz Sérgio Wolney de Oliveira Batista Guedes, da Justiça Federal de Altamira, sudoeste do Pará, determinou nesta terça-feira (28) a reintegração de posse do Sítio Belo Monte, ocupado por grupos indígenas que são contra a construção da hidrelétrica no município de Vitória do Xingu desde a segunda (27).
Antes da reintegração, porém, o juiz concede um prazo de 24h para que a Funai negocie a saída "pacífica e voluntária" dos índios. O juiz definiu também multa diária de R$ 50 mil em caso de novas manifestações no local.
Segundo a Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina, a decisão do juiz confirma a reintegração de posse concedida no dia 8 de maio por conta da ocupação anterior.
A Norte informou ao G1, através da assessoria, que a manifestação dos índios não pode ser considerada pacífica já que prejudica operações básicas de transporte, alimentação e até geração de energia elétrica que comprometem a qualidade de vida de 4 mil trabalhadores alojados no canteiro.
Em carta aberta divulgada nesta segunda-feira (27), os manifestantes disseram que estão cansados de "esperar e chamar", e pediram para negociar com a representantes do Governo Federal, incluindo a presidente Dilma Roussef, sem a presença da Força Nacional de Segurança.
Os manifestantes criticam a execução das obras da usina sem a consulta prévia das comunidades indígenas que podem ser afetadas pela barragem - um direito constitucional que, segundo o Ministério Público Federal, não foi respeitado: de acordo com o MPF, a construção de Belo Monte ocorre por força de uma liminar judicial.
O G1 entrou em contato com a Funai e aguarda posicionamento do órgão sobre a negociação para o cumprimento da decisão judicial.
Fonte: G1 PA
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