José Antônio: “faltam projetos na área de saúde em Santarém”
José Antônio
José Antônio analisa governo Von e anuncia futuro do PMDB. Dois anos depois de participar da administração pública de Santarém, o ex-titular da pasta da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e membro da executiva municipal do PMDB em Santarém, José Antônio Rocha revelou que foi o primeiro Secretário não médico do governo municipal e, que falta um bom projeto para que novos recursos sejam enviados para a área da saúde. José Antônio destacou a importância do Barco/Abaré para o atendimento dos ribeirinhos em Santarém. Ele garantiu que o PMDB tem grandes nomes para disputar as eleições para o governo estadual, no próximo ano. Veja a entrevista:
Jornal O Impacto: Como o senhor analisa a prestação de contas do governo passado em relação à Secretaria Municipal de Saúde de Santarém?
José Antônio: Eu tive a oportunidade de ser o primeiro Secretario de Saúde não médico de Santarém. Passamos praticamente dois anos gerenciando a saúde pública do Município. Gerenciar a saúde pública de Santarém não é uma responsabilidade local, mas regional, pela cidade ter que cuidar da saúde de mais de um milhão de pessoas. Na época tive a oportunidade de ser vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde. Sempre procuramos não interferir de nenhuma forma na gestão do Conselho. Pelo contrário, sempre achamos que o Conselho deveria ser presidido pelas entidades sociais. Foi o que aconteceu quando eu fui Secretário de Saúde.
Jornal O Impacto: Hoje, com tantas reclamações de atendimento no Pronto Socorro Municipal de Santarém, como filas intermináveis e duas, três, quatro horas ou mais para um paciente ser atendido, como o senhor considera toda essa situação?
José Antônio: Eu conheço a Dra. Valdenira e Dra Lívia e quando eu fui Secretário de Saúde, elas eram médicas tanto no PSM quanto na UTI. Elas participaram da gestão passada como médicas. Então, hoje, elas têm uma responsabilidade dobrada, porque além de médicas tem uma responsabilidade administrativa muito grande, que é gerir a saúde regional aqui no Oeste do Pará. Isso faz com elas tenham uma avaliação por parte dos pacientes e da população local e regional. Não podemos falar da saúde pública sem colocar Santarém como pólo, mas precisamos que os outros municípios dêem sua parcela de contribuição para que possam crescer junto nessa área. O novo PSM de Santarém tem um espaço grande, que foi inaugurado na época em que eu era Secretário e o Hospital Municipal todo reformado, mas as ampliações de saúde devem continuar. Conseguimos trazer a UPA 24 Horas na nossa gestão e estamos torcendo como usuários do SUS, para que ela possa funcionar e descongestionar o PSM. Além da UPA da Curuá-Una, deixamos projeto para uma na Cuiabá e outra na Fernando Guilhon, para atender a grande demanda de Santarém e dos municípios vizinhos.
Jornal o impacto: Com esse alinhamento político do atual prefeito Alexandre Von e do governador Simão Jatene, ambos do PSDB, deveria vir mais recursos do Estado para serem aplicados na área da saúde em Santarém?
José Antônio: Sem dúvida nenhuma! Quando se tem projetos alinhados, a possibilidade é maior, mas não consiste somente em alinhamento político, mas existe a necessidade de se ter um grande grupo técnico. Há necessidade de ter bons técnicos e secretários, porque no alinhamento político isso aí soma bastante para que as coisas aconteçam. Hoje, só se consegue medir um governo pelas obras e pelos bons serviços ofertados para a população. Acredito que a nova gestão deve continuar trabalhando, para avançar no que foi deixado e também deve ter bons projetos para arrancar recursos do Governo Federal e, através do alinhamento político fazer com que as coisas funcionem. Na minha época, procurei de todas as formas ampliar os serviços de saúde de Santarém e reconheço que não é fácil fazer saúde pública no Brasil. Se a pessoa não der a mão à palmatória, não consegue sair do mesmo lugar e melhorar a saúde.
Jornal O impacto: O que deve ser feito para se ter uma boa gestão?
José Antônio: A gestão tem que ser dinâmica e discutida com o Conselho Municipal de Saúde, com os médicos, com a comunidade e com os municípios circunvizinhos. Acredito que os municípios vizinhos deveriam ter uma sala de estabilização dos pacientes, para depois mandar para Santarém já estabilizado, o que ajudaria bastante. Se não existe estrutura nos municípios do entorno, os hospitais Municipal e Regional acabam recebendo toda essa demanda. Deve haver um dialogo entre os prefeitos e os secretários através do Governo do Estado, para que possa se fazer saúde em conjunto. A prevenção é muito importante e eu defendo a importância da permanência do Barco/Abaré para fazer saúde para as comunidades ribeirinhas. Hoje, não temos uma estrutura no Brasil que possa fazer esse serviço. É bom que a Secretária e o Prefeito procurem analisar dessa forma. Eu participei da gestão da saúde e vi a importância que tem o Abaré, porque só com uma unidade de saúde nessas localizadas não é possível resolver os problemas da população.
Jornal o impacto: No caso da UPA 24 Horas, o que levou a nova gestão a não colocar a unidade de saúde em funcionamento?
José Antônio: A UPA 24 Horas de Santarém foi a primeira da região Norte-Nordeste. Foi o primeiro projeto trabalhado, aprovado e que recebeu recursos do Governo Federal. Com isso, a UPA tinha tudo para estar funcionando. Deve ter um diálogo muito grande com o Ministério da Saúde para ver qual entrave que está existindo. Na época que estive na Secretaria de Saúde, a UPA estava sendo conduzida de forma normal. A UPA deveria estar funcionando e desafogando o PSM, até porque foi a bandeira de campanha de quatro, dos cinco candidatos à Prefeitura de Santarém.
Jornal o impacto: Como estão as articulações dentro do PMDB para as próximas eleições?
José Antônio: O PMDB participou da gestão do ex-prefeito Lira Maia (DEM) e dos oito anos do governo da promotora Maria do Carmo. Na gestão atual, não temos participação política, mas dois vereadores jovens muito competentes e que se destacam entre os demais pares da Casa legislativa, que são Ronan Liberal Júnior e o Júnior Tapajós. Eles têm bastante atuação na Câmara e estão dando apoio ao Governo. O PMDB os deixou bem à vontade, através do deputado Antônio Rocha, para que todos os projetos que fossem favoráveis à população sanatarena, eles possam trabalhar sem intervenção do Partido. Temos os dois vereadores na base de apoio ao Governo, mas o PMDB não está ajudando a governar.
Jornal o Impacto: Há comentários de que o ex-prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, virá como candidato a Governador do Pará nas próximas eleições. Essa informação procede?
José Antônio: O PMDB tem nomes para disputar qualquer eleição em Santarém, no Estado do Pará e no Brasil. No Pará, acredito que o Helder seria o nome mais indicado para concorrer às eleições do ano que vem.
Nenhum comentário
Postar um comentário