OAB realiza nova inspeção no Presídio de Cucurunã
Dr. Ubirajara Filho e membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB, com detentas de Cucurunã
Dr. Ubirajara Filho e membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB, com detentas de Cucurunã. Em nova inspeção realizada na Penitenciária Silvio Hall de Moura em Santarém, na manhã de quinta-feira, 23, uma comissão formada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ Subseção de Santarém), advogado Ubirajara Bentes Filho e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB, entre eles, a advogada Francisca Dias, acompanhou uma ação social que contemplou cerca de 22 detentas com kits de limpeza e cestas de chocolate.
A ação foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a OAB, estudantes do curso de Pedagogia de uma instituição de ensino superior de Santarém e pastoras de uma igreja evangélica. Além da distribuição dos kits, também aconteceu um culto ecumênico durante a ação social.
Com exclusividade a reportagem do Jornal “O Impacto” acompanhou a ação social dentro da ala feminina da Penitenciária de Cucurunã.
A advogada Francisca Dias explica que foram entregues os kits de limpeza e houve também uma palavra de ânimo para as detentas. Para ela, as presas são mulheres que apesar de terem cometido delitos, podem ser ressocializadas e a sociedade pode recepcioná-las.
A ação social faz parte do projeto “Educar Para Ressocializar” que tem como objetivo levar palavras de ânimo as detentas. “Os servidores que aqui trabalham tem uma missão muito importante de ajudar essas mulheres a se ressocializar para voltar para a sociedade e ao convívio de suas famílias. Queremos mostrar pra elas que pode sim ter jeito na vida”, declarou Dra. Francisca Dias.
O presidente da OAB, Dr. Ubirajara Bentes Filho, destaca que a OAB, através da Comissão de Direitos Humanos, tem o projeto permanente de desenvolver as ações sociais para levantar a auto-estima das pessoas. “Não é só fazer a defesa, mas também de interagir com essas pessoas, para que elas possam tomar consciência da situação e serem pessoas melhores quando retornarem ao convívio social”, diz Dr. Ubirajara.
Segundo Ubirajara Bentes, no último sábado a OAB esteve no Presídio e pôde constatar uma melhora acessível na administração da casa penal. Ele garante que a administração está preocupada em melhorar e de atuar com profissionalismo. “O Dr. Palheta é técnico da Susipe e já passou por outras casas prisionais. Conversamos com os presos e com os agentes prisionais, verificamos as condições da alimentação, inclusive, almoçamos na Penitenciária. Acredito que essa relação nova da OAB e depois dos episódios que tivemos em abril, ela descortina uma grande parceria da Ordem com o Sistema Penal do Pará”, revela Dr. Ubirajara Filho.
CONVITE: De acordo com o diretor da Penitenciária de Cucurunã, Anderson Palheta, a ação faz parte da ressocialização das internas e foi fruto de um convite feito pela OAB, através da Dra. Francisca, a qual foi acompanhada de duas pastoras e alunos de pedagogia, com o intuito de que as detentas possam interagir com a sociedade.
“A gente fica muito satisfeito, porque mostra que os internos não estão em estado de abandono e existem órgãos que se preocupam com eles”, afirma Palheta.
Segundo Palheta, a direção da Penitenciária vem trabalhando incansavelmente para colocar tudo em seu devido lugar após um período complicado na administração passada. “Não é um trabalho para dois ou três meses, mas a longo prazo. Ao longo desse período que estamos aqui, já estamos tendo algumas conquistas, como a conversa com a OAB que está muito boa, com o Judiciário, os órgãos de segurança pública, o Ministério Público e Defensoria Pública”, ressalta.
ADMINISTRAÇÃO: Palheta destaca que no momento precisa de ajuda para efetuar uma boa administração dentro do Presídio. “Quem quiser me ajudar estou de portas abertas. O objetivo é esse buscar parcerias para que possamos sanar o mais rápido possível algumas mazelas dentro da Penitenciária”, enfatiza Palheta, afirmando que atualmente a Penitenciária passa por uma situação de superlotação. “Temos uma superlotação, porque temos uma unidade para 360 detentos e está hoje com 539. Está superlotada! Temos a construção do novo prédio para o regime provisório com 360 vagas, o que dará uma melhoria boa dentro da Penitenciária”, pondera.
RESSOCIALIZAÇÃO: A interna Maria Valdenúbia, que está a um ano e um mês dentro do Presídio, ressalta que a ação foi importante por conta da OAB, das pedagogas e das pastoras terem ido ao local com a intenção de passar paz para as mulheres. “A gente passa o que sente pra eles e, é um meio de passar para a sociedade. A gente está com a liberdade privada, mas não é por isso que a gente vai ficar sem saber se comunicar”, afirma.
Maria diz, ainda, que quando os voluntários chegam no Presídio, as internas conversam com eles e trocam idéias. “As igrejas vem aqui com uma programação muito boa e passa a palavra de Deus pra gente. Não é porque estamos presos que não vamos sair daqui uma pessoa transformada. Vamos sair daqui até melhor para a sociedade”, garante.
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