Começo o 24/7 de hoje compartilhando um vídeo que foi preparado pela equipe do Meusucesso.com, portal de empreendedorismo comandado pelo genial Flávio Augusto (Wiseup, Orlando City) e pelo expert Sandro Magaldi.
O tema do vídeo, transformar informação em conhecimento, trata justamente do modelo de negócios de empresas como a Empiricus. Afinal, como é possível prosperar vivendo unicamente da comercialização de conteúdo, isso numa era onde a internet inunda as pessoas com informações gratuitas? A crise crônica dos veículos de mídia tradicional, especialmente na forma impressa, é prova do tamanho do desafio que se apresenta.
Aos trancos e barrancos, superando interesses estabelecidos, a Empiricus tem conseguido vencer esse obstáculo. Nossos assinantes (já passam de 180 mil) percebem valor em nossas ideias e estão dispostos a pagar pelo conhecimento das recomendações de investimento oferecidas por nossos analistas.
Uma pergunta pairava no ar:
— Quem iria pagar por algo oferecido gratuitamente por instituições de porte e prestígio?
Os bancos já ofereciam conteúdos e relatórios de investimentos aos seus clientes, sem cobrar nada. Poucos acreditavam que pessoas dariam dinheiro para uma empresinha de fundo de quintal (e era literalmente isso o que éramos) pelo que podiam receber gratuitamente nos relatórios de research elaborados nas refrigeradas torres da Faria Lima.
Para a surpresa dos céticos e a indignação de alguns, paulatinamente as pessoas começaram a entender o valor da nossa proposta. Nenhum banco falou para você do "Fim do Brasil" em 2014. Assim como nenhum banco disse para você "virar a mão" na Bolsa no fim de 2015. E tampouco disse para comprar juros pré no início de 2016. Não disseram e nunca dirão. E sabem de quem é a culpa? A culpa é do marketing.
Como assim? A Empiricus , conhecida pelo seu marketing "espalhafatoso", está criticando o marketing dos bancos? Sim. Isso mesmo! E agora explico. Enquanto fazemos marketing de nossos produtos, que são os relatórios de investimentos, os bancos usam os seus relatórios como instrumentos de marketing, para vender produtos e operações. Ou seja, enquanto os relatórios dos bancos são meio para gerar negócios, os nossos são o fim, o nosso objetivo empresarial.
Explico ainda mais. Ao terminar de ler um relatório nosso, esperamos que o cliente esteja satisfeito com o conteúdo absorvido. Tão satisfeito que termine por renovar sua série ao final do prazo contratado, aumentando assim o seu valor como cliente para nós. A relação é clara, transparente, direta. Por outro lado, quando o cliente termina de ler o relatório do banco, este espera que o cliente decida-se por implementar a recomendação dada, gerando comissões ao banco. O relatório de análise de bancos não passa de uma carta de vendas e, consequentemente, os objetivos comerciais do banco contaminam o conteúdo analítico. E não vai ter "chinese wall", compliance e código de conduta que segure.
Não vejo outra maneira de resolver este problema sem que haja uma efetiva separação das atividades. Recomendações de um lado, execução do outro. Fazer tudo junto, que é o modelo tradicional de análise, é trabalhar dentro de um padrão intrinsicamente enviesado. Usar análises como isca de marketing para incentivar clientes a operarem resulta em ideias de investimento de baixo valor. Os bancos deveriam fazer um spin-off de seus departamentos de research em empresas separadas, com suas próprias fontes diretas de receitas, que serviriam para remunerar os seus colaboradores. Progressivamente, os clientes entenderiam que é melhor pagar por algo bom do que receber gratuitamente algo ruim.
O maior mérito da Empiricus está no modelo de análise independente. A nossa equipe de analistas é espetacular, mas só consegue desenvolver plenamente o seu trabalho dentro da nossa estrutura.
Que o Brasil siga o exemplo do mercado de capitais norte-americano, onde as pessoas físicas têm livre acesso a uma infinidade de empresas e analistas individuais, que publicam e comercializam suas ideias — e vivem da venda deste conteúdo. A boa-nova é que, além da Empiricus, novas iniciativas de análise independente começam a surgir por aqui. Empresas como a Eleven Financial, do Adeodato Netto, e a Inversa Publicações, da Olivia Alonso, estão crescendo, ajudando seus leitores e assinantes com ideias originais e independentes.
Diferentemente do Cazuza, não vejo o futuro repetir o passado. Mas concordo com ele: o tempo não para!
Deixo você agora com os destaques da semana.
Boa leitura!
Caio Mesquita.
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Caio Mesquita
CEO
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