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Superlotação e falta de pessoal prejudicam funcionamento do Presídio

Ten. Cel. Mardock, novo diretor do CRASHM, trabalha para melhorar o atendimento.

“A administração de uma unidade prisional não é uma tarefa simples. Em razão disso, nós temos que procurar apoio, e temos em poucos dias, encontrado esse apoio. Como por exemplo, da Vara de Execução Penal, Ministério Público e também da OAB, entre outras entidades sociais que nós temos, como a Pastoral Carcerária, as Igrejas Evangélicas”, assim declarou o novo diretor do Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura (CRASHM), o Tenente Coronel Anderson Mardock, sobre o trabalho que pretende desenvolver à frente da unidade prisional, acrescentando: “E sem dúvida essa reunião de esforços certamente poderá trazer grandes melhorias para a qualidade de vida de nossos internos, principalmente para aqueles que buscam uma mudança de vida, buscam redimir os seus erros, sem dúvida poderão encontrar esse apoio necessário ali na casa penal”.

Segundo o oficial militar, o esforço será em conseguir implantar novos métodos de trabalho junto aos detentos, familiares, advogados e a justiça.

DIAGNÓSTICO: Agente altamente qualificado nas estratégias de atuação tática e combate à criminalidade, em poucos dias como diretor do CRASHM – que segundo ele, hoje possui 822 detentos, dos quais 51 são mulheres -, já possui uma avaliação do desafio que tem pela frente.

“O que podemos observar é que o CRAHSM hoje tem dois grandes problemas. Um deles, é estrutural que merece realmente atenção redobrada. É preocupante a questão do espaço, principalmente em razão de aqui nós sermos um Polo, e assim recebermos presos da região. Então, são 13 municípios que encaminham seus internos para cá, uma vez que os municípios não possuem estrutura mínima, para poder fazer a guarda dessas pessoas. Isso acaba nos deixando com uma população carcerária superior à nossa capacidade. A segunda problemática que nós estamos buscando uma solução junto à Superintendência, é a necessidade de mais servidores. Temos um número de servidores muito pequeno, para o efetivo de pessoas que estão ali internados. Então, eu creio que estas duas ações a serem observadas, a serem gerenciadas, já irão trazer um reflexo positivo”, explica Mardock.

MUDANÇAS: Com problemas estruturais gravíssimos, a condução do CRASHM representa um desafio de proporção colossal. De um lado um modelo carcerário falido e abandonado pelo Estado, de outro a sociedade que fica à mercê do crescente índice de criminalidade. Enquanto as soluções definitivas parecem não dar o ar da graça, o novo diretor aposta em algumas estratégias.

“Conseguimos em poucos dias, realizar o resgate da dignidade da visita, principalmente o que tange à visita com crianças. Nós buscamos um espaço, e transformamos o local em uma brinquedoteca. As visitas das crianças que eram realizadas a cada 15 dias, agora são semanais, desta forma melhorando, não apenas o espaço com novos equipamentos e brinquedos para as crianças, de forma mais digna, organizada, até mesmo no aspecto limpeza, mas também de uma forma onde as crianças ficam mais à vontade, o espaço é maior, e agora o número de crianças ficou menor, em razão das visitas terem passado para todas as sextas-feiras. Além disso, nós também reabrimos os espaços que estavam fechados, que eram espaços das igrejas. Foi realizada uma reunião com as igrejas, com a Pastoral Carcerária, e as igrejas evangélicas, e esse espaço já foi colocado à disposição dessas pessoas que vão até a casa fazer esse trabalho tão importante, que é o trabalho de evangelismo. Outra providência que nós tomamos foi de ampliar o banho de sol. Agora está com o período de uma hora e meia. Antes era apenas de uma hora. Isso inclusive já foi fruto de uma reunião minha enquanto diretor, com os pavilhões, atendendo essa demanda deles. Também promovemos a volta do artesanato, que foi uma solicitação dos internos. Os internos recebem os materiais das famílias, na quarta-feira, para aqueles que têm as famílias na grande Santarém, e para os que não têm seus familiares aqui, por uma questão de custo, para não fazerem dois deslocamentos para Santarém. Então, no própria dia da visita, o familiar pode trazer, e esse material vai entrar no primeiro dia útil, após o dia da visita. Então isso tudo traz uma melhoria no nosso ambiente carcerário”, diz o novo diretor do CRASHM.

DESTAQUE PARA LEITURA: Um dos trabalhos que o Ten. Cel. Mardock aposta como metodologia e que traz bons resultados, é em relação a programas que garantem aos detentos a possibilidade de remissão de pena. Iniciativas como estas estão relacionadas à prestação de serviço por parte do detento, porém, novas atividades ganham espaço, como por exemplo, o processo de ensino-aprendizagem por meio de leitura.

“Temos um novo programa para remissão de pena através da leitura. Inclusive nós aproveitamos o espaço, para solicitar àquelas pessoas que tenham livros em sua casa e queiram doar, disponibilizar, que possam realizar essa ação. O interno terá acesso à obra literária, e à leitura; estão sendo contratados dois professores de língua portuguesa, e esses profissionais estarão com o objetivo bem específico, de acompanhar a produção dos internos, que após a leitura do livro, o interno tem quatro dias para fazer a leitura, posteriormente submetisse, que será feito em sala, de um fichamento, resumo da obra que ele leu. O conteúdo dsse trabalho é avaliado pelos professores de língua portuguesa, e a partir daí, para cada livro que ele leu e fez a avaliação, ele consegue remir um dia na sua pena, podendo remir até 48 dias durante um ano”, expôs Mardock.

Por: Edmundo Baía Jr.

Fonte: RG 15/O Impacto

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