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Porto precário coloca em risco segurança de usuários



Ano após ano torna-se crítica e caótica a situação do porto provisório da avenida Tapajós, em frente à praça Tiradentes, no bairro Aldeia, em Santarém, no oeste do Pará. A falta de um terminal fluvial decente de passageiros tem prejudicado a vida de quem precisa utilizar embarcações para viagens municipais e interestaduais. Sem infraestrutura adequada, os passageiros e trabalhadores padecem diante de um cenário precário que causa transtornos e prejuízos para todos, inclusive para donos de barcos que utilizam aquele logradouro diariamente. Barcos de pequeno, médio e grande porte atracam todos os dias em uma balsa sem segurança e sem nenhum tipo de conforto para recepcionar seus passageiros.

Neste período de estiagem, as pessoas são obrigadas a caminhar longas distâncias para chegar às embarcações. Além de enfrentar a caminhada debaixo de um sol escaldante, as pessoas são obrigadas a suportar uma nuvem de poeira que provoca danos em quem tem problemas respiratórios, por exemplo. Quem mais sofre são os idosos e as crianças. Não existe nenhum tipo de comodidade para quem utilizar aquele terminal de cargas e passageiros. Além disso, a bagunça generalizada torna o local ainda mais precário, já que não existe controle de entrada e saída de veículos. Nos fins de semana, segundo os estivadores do porto, o caos se instala naquele espaço, pois passageiros e cargas se misturam na subida da rampa de acesso à balsa. É um verdadeiro deus-nos-acuda. Na semana passada, o MP ajuizou uma ação contra o Estado e a Prefeitura determinando a construção e conclusão do terminal hidroviário de Santarém. Um passo importante para um município cuja navegação fluvial é um dos principais meios de transportes de muita gente.

A aposentada Nazaré Ribeiro sofreu muito no último dia 30 para embarcar para o município de Aveiro. Doente, ela precisou ser carregada pelo filho até à embarcação, já que não existe no porto um local de acesso para idosos e nem para cadeirantes ou portadores de deficiência física. Esse público é um dos que mais sofre com a falta de acessibilidade no terminal precário da avenida Tapajós todos os dias. O acesso aos barcos também é difícil, pois a balsa não dispõe de rampas adequadas para facilitar a entrada das pessoas. “É muito complicada esta situação. É vergonhoso você ser tratado como animal, pois é assim que nos sentimos toda vez que necessitamos viajar de barco para voltar para nossa cidade ou vir aqui para um tratamento médico”, diz a aposentada. 

Um representante da associação de carregadores do porto disse que a cobrança por melhoria na infraestrutura do terminal da Tiradentes é feita diariamente à Prefeitura, que sempre alega que o novo porto vai sair, porém, até hoje esse problema se arrasta e o cidadão continua sendo obrigado a utilizar um porto precário, que coloca em risco sua vida.

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