Um em cada 50 sacerdote é pedófilo, diz Papa
O Papa Francisco afirmou numa entrevista ao jornal italiano "La Repubblica", publicada este domingo, que "cerca de 2%" dos sacerdotes católicos são pedófilos, ou seja, um em cada 50. O sumo pontífice disse estar disposto a enfrentar este problema "com a severidade exigida" e acredita que existem soluções para os problemas colocados pela proibição do casamento de padres.
"Entre os 2% que são pedófilos há padres, bispos e cardeais. Outros, mais numerosos, sabem-no mas mantêm-se em silêncio. Punem sem denunciarem porquê", explicou o Papa. "Considero este estado de coisas intolerável", concluiu.
Francisco explicou que a estimativa de 2% foi avançada pelos seus conselheiros, e representa cerca de 8000 padres num universo de aproximadamente 414 mil.
Numa frase que antecede a entrevista, o "La Repubblica" escreveu: "O Papa diz: como Jesus, usarei um pau contra os padres pedófilos". O líder máximo do Vaticano referiu-se ao escândalo do abuso sexual de menores no interior da Igreja Católica a algo semelhante a "lepra dentro da própria casa".
No ano passado o líder da Igreja Católica endureceu as leis do Vaticano contra o abuso de crianças e no início deste mês pediu perdão às vítimas de abuso sexual por padres, num encontro que manteve com algumas delas.
Papa quer encontrar soluções para o celibato
Quando questionado sobre a lei do celibato dos padres, o Papa Francisco recordou que aquela foi adotada 900 anos após a morte de Jesus Cristo e que a Igreja Católica no Leste permite que os seus padres se casem. "O problema existe, seguramente, mas não em larga escala. Será preciso tempo mas as soluções estão lá e vou encontrá-las", referiu.
De acordo com a "Time", o Papa foi entrevistado pelo célebre ateu Eugenio Scalfari, de 90 anos, um dos fundadores de "La Repubblica", que transcreveu a entrevista apenas de memória, não tendo gravado ou tirado quaisquer notas durante as várias conversas que tiveram.
Entretanto, o Vaticano elogiou Scalfari por ter mantido "o sentido e o espírito da conversa" mas fez um reparo à transcrição da entrevista, que não foi exata, e questionou-se sobre se o formato do artigo não poderia conduzir a uma "manipulação dos leitores mais ingénuos".
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