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HOMENAGEM AO IRMÃO RONALDO HEIN


Presidimos na manhã desta quinta-feira, 14, sessão solene em homenagem ao Irmão da Congregação de Santa Cruz e Coordenador da Pastoral do Menor, RONALDO DAVID HEIN, que foi condecorado com o Diploma e a Medalha honorífica de HONRA AO MÉRITO ADVOCATÍCIO. 

O evento, realizado no auditório “Dr. Armando Homem de Siqueira Cavalcanti”, teve a participação da vice-presidente, Marlene Escher, do secretário-geral adjunto e coregedor, Edivaldo Medeiros, da tesoureira, Conceição Soares, dos conselheiros Bárbara Rufino, Ieda Rodrigues, Célio Figueira, José Luiz Franco, Odemar Pinto, Thiago Ferreira e Claudio Araújo, vice-prefeito José Maria Tapajós, a secretária municipal do Trabalho e Assistência Social, Celsa Aguiar, vereadores Ronan Liberal Lira Junior e Maria José Maia, Bispo Diocesano Dom Flávio Giovenale, ex-presidente da OAB Santarém, Eder Coelho e esposa, Advogada Izabel Cristina Cunha, Irmãos da Santa Cruz Leonardo e Haroldo, presidente da Associação Comercial, Roberto Branco, presidente da APAE, Professor William Coelho, colaboradores da Pastoral do Menor e inúmeros ex-alunos do Colégio Dom Amando, dentre eles diversos Advogados e Advogadas, como Tatiana Cunha, Ana Claudia Bentes, Jacirene Façanha, Iracema Cohen.

Sob forte emoção, após relembrar minha juventude como aluno do colégio Dom Amando, falei da importância, do alcance social e do reconhecimento do trabalho do Irmão Ronaldo Hein e as razões da homenagem feita pela Ordem dos Advogados do Brasil. Além de mim, discursaram José Maria Tapajós, Ronan Liberal, Bispo Flávio Giovenale, Roberto Branco, Celsa Aguiar, integrantes da Pastoral do Menor, que unanimente fizeram reflexões sobre o trabalho e a importância social do Irmão Ronaldo. O Advogado Raimundo Francisco, foi o responsável pela leitura da extensa biografia do homenageado. O cerimonial foi feito conselheiro Célio Figueira, que leu a Resolução nº 015/2017, de 14.12.2017, do Conselho Subsecional, que outorgou o diploma e a medalha de HONRA AO MÉRITO ADVOCATÍCIO, entregues por mim e pelo Bispo Dom Flavio. Irmão Ronaldo Hein, ao agradecer a homenagem, falou se sua vocação a Deus na vida religiosa, de sua família, do trabalho inicial nos EUA e dos 49 anos vividos em Santarém, sob o calor humano, dos quais 30 anos dedicados à Pastoral do Menor.

RESOLUÇÃO 015/2017 DE 14 DE DEZEMBRO DE 2017.

Dispõe sobre a outorga de diploma e medalha honorífica de HONRA AO MÉRITO ADVOCATÍCIO, por atividades ou contribuições relevantes em defesa da advocacia, da justiça, dos direitos humanos, do estado democrático de direito e da Ordem dos Advogados do Brasil, especialmente à Subseção de Santarém, estado do Pará.

O Conselho Subsecional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Pará – Subseção de Santarém, no uso das suas atribuições conferidas pela alínea “a” do Parágrafo Único do art. 61 da Lei 8.906, de 04 de julho de 1994 – Estatuto da Advocacia e da OAB, combinado com o art. 11 do Regimento Interno desta Subseção, reunido em sessão extraordinária no dia 14 de dezembro de 2017, por unanimidade, 

CONSIDERANDO o que dispõe o art. 1º da Resolução nº 001/2015, de 1º de julho de 2015, do Conselho Subsecional da OAB de Santarém.

RESOLVE:
Artigo 1º - Conceder o diploma honorífico de HONRA AO MÉRITO ADVOCATÍCIO ao Irmão RONALD DAVID HEIN, por atividades ou contribuições reconhecidamente relevantes em defesa da advocacia, da justiça, dos direitos humanos, do estado democrático de direito e da Ordem dos Advogados do Brasil, especialmente à Subseção de Santarém, estado do Pará.

Artigo 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação. 
Dê-se ciência, registre-se e cumpra-se.
Santarém (PA), 14 de Dezembro de 2017.

Ubirajara Bentes de Souza Filho
Presidente da – Seção do Pará
Subseção de Santarém


BIOGRAFIA DO IRMÃO RONALDO DAVID HEIN, ENCAMINHADA POR ELE À ORDEM SANTARENA

Irmão Ronald David Hein, da Congregação de Santa Cruz; nascido em 20 de junho de 1932, em Evansville, no estado de Indiana, Estados Unidos. Pai, Eduardo Nicolau Hein, mecânico e Mãe, Alma Rosela Wargel, doméstica e vendedora de sapatos; três irmãs e um irmão; 17 sobrinhos e 31 sobrinhos netos.

“Vim de uma família onde a convivência era baseado no amor, mas um amor exigente, que exgia respeito um pelo outro; trabalhei vendendo na rua e como jornaleiro desde 10 anos de idade até 15 anos, e depois entregava gelo nas casas onde havia geladeira. Completei o ensino médio no ano em que fui chamado por um dos irmãos religiosos, professor da escola onde estudava, perguntando que já pensara em dedicar a minha vida a Deus na vida religiosa. Eu respondi que estava pensando em casar e criar uma família igual a minha. 

Resolvi fazer uma experiência na vida religiosa da Sociedade dos Irmãos da Congregação de Santa Cruz. Gostei da experiência desde o início. Sentia muita falta da minha família, especialmente da minha irmãzinha de cinco anos de idade. Sentia falta, também, dos meus amigos e das minhas amigas do colégio onde estudava. Fui vendo, aos poucos, que este sacrifício fazia parte de uma opção de vida.

Após da formação como irmão religioso e o pronunciamento dos primeiros votos de pobreza, castidade e obediência, fui estudar para ser um professor de física, matemática, ciências e desenho mecânico. Fui professor no ensino médio, e coordenador de rapazes internos nos primeiros dez anos como irmão professo. Aprendi muito na sala de aula, como relacionar com pessoas, e como oferecer sempre um serviço de qualidade como professor. Como coordenador de um dormitório de 74 adolescentes internos precisava aprender lidar com a situação desses internos, muitos sem pai em casa, e oferecê-los uma orientação que servia para toda a sua vida.

Senti uma grande necessidade de estar sempre encontrando com Jesus Cristo na minha oração pessoal diária, na eucaristia, na confissão, na leitura orante da Bíblia e outros livros espirituais; sempre buscava uma direção espiritual de alguém que pudia me orientar e esclarecer as dificuldades que encontrava na caminhada de um irmão religioso. 

Nos primeiros anos o grande desafio foi o voto de castidade. Eu era jovem e de vez em quando vinha o pensamento de ter uma esposa e filhos. Estas tentações eram mais fortes quando eu encontrava jovens mulheres bonitas e de personalidades de qualidade. O meu diretor espiritual me ajudavam vencer estas tentações e caminhar com valentia no meu compromisso com Deus. A vida comunitária, que vivemos com outros membros da nossa Congregação, ajuda muito no relacionamento mútuo entre irmãos, nos dando a oportunidade de viver juntos com o mesmo objetivo de missão. Isso fortelece a vivência da nossa sexualidade masculina onde o afeto evangélico entre nós aproxima o mesmo relacionamento que o próprio Jesus teve com os seus apóstolos. Somos discípulos-missionários de Jesus Cristo que vivem em fraternidade por causa da missão.

A obediência de vir para o Brasil em 1965 foi um desafio grande; precisava aprender uma nova lingua e me adaptar à uma nova cultura. No Brasil aprendi me abrir mais para a vida afetiva. Nos Estados Unidos as relações são mais formais, e um pouco frio, fora da família, enquanto, no Brasil, "Aquele Abraço" faz parte do dia a dia. 

O meu relacionamento humano enriqueceu com este jeito brasileiro de relacionar-se. Isso, também, me ajudou amar as pessoas mais integralmente, mostrando afeto, também, pelo toque humano. Isso especialmente me ajudou quando começei a trabalhar com crianças e adolescntes em situação de risco na Pastoral do Menor. Devido a carência afetiva delas, muitas, sem pai em casa, me procuram para dar benção ou tocar nelas, com se fosse o pai delas. Eu me sinto realizado com isso, podendo excercer o meu potencial paterno com este tipo de relacionamento.

Durante os últimos 42 anos estou fazendo parte da equipe de formação da nossa Congregação. Neste trabalho, como formador e promotor vocacional, encontrei com muitos rapazes e moças discernindo sua vocação e procurando dar uma resposta para si próprio e para Deus a respeito do seu chamado. Muitos são chamados e poucos escolhidos para doar sua vida totalmente a Deus. Eu tive a felicidade de estar envolvido nas vidas dessas pessoas e ver o seu desenvolvimento humano e espiritual, e na sua escolha de opção de vida.

No final de contas, todos nós estamos aquí nesta terra com a grande missão de amar e deixar-se amar. Todos somos criados na imagem e semelhança de Deus, temos uma imensa dignidade, somos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai. Deus me chamou para amar e deixar-se amar como irmao religioso. Nisso sou grato a Ele para poder serví-Lo, servindo os meus irmãos e as minhas irmãs nas suas necessidades como pessoas e filhos e filhas de Deus”.


Fotos: André Oliveira(OAB SUBSEÇÃO

Fonte: OAB Santarém, André Oliveira - OAB 

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