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Saúde na Floresta chega ao fim e deixa saldo positivo no enfrentamento à COVID-19



A atuação do projeto foi essencial para frear o avanço da doença na cidade e nas mais de 220 comunidades. O Projeto Saúde na Floresta chegou ao final neste mês de junho, após mais de três anos de ações de prevenção e enfrentamento à COVID-19 em Juruti e região. Logo após o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro de 2020, a pandemia do novo coronavírus rapidamente se espalhou pelo mundo e Juruti precisou se preparar rápido para esse novo momento para frear o avanço na cidade e nas mais de 220 comunidades do município.

Juruti teve dois projetos importantes no enfrentamento da pandemia. No primeiro momento, com o nome de “Juruti Contra a COVID-19”, liderado pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), o projeto desenvolveu ações cobrindo todo o território, chegando em localidades de difícil acesso e municípios do entorno. O projeto Saúde na Floresta é uma inciativa do IJUS, com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), NPI EXPAND, SITAWI – Finanças do Bem e parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, Assistência Social e Educação de Juruti.

Em setembro de 2022, na segunda fase do projeto, agora chamando de Saúde na Floresta, as ações continuaram com o apoio massivo e emergencial no enfrentamento dos graves problemas causados pela pandemia de COVID-19 e preparando as escolas municipais para o retorno às aulas de forma segura, envolvendo profissionais ligados à saúde, educação e assistência social. Isso resultou na ampliação ao acesso e no incentivo à vacinação contra a COVID-19 e também todo o ciclo das demais vacinas importantes à saúde básica.

A comunicação de risco e engajamento comunitário continuou sendo uma das aliadas importantes e nesse pilar de trabalho, no último dia 21, foi realizado um seminário de encerramento e apresentação de resultados das ações desenvolvidas no município, com a participação da sociedade, do poder público e da iniciativa privada, que foram atores estratégicos para a consolidação e o sucesso do projeto que alcançou os limites do território, chegando inclusive em comunidades remotas.

Unidades escolares

Desde o seu primeiro momento, no começo da pandemia, um de seus objetivos foi auxiliar e atender de forma efetiva as unidades escolares da rede municipal e estadual da área urbana e rural, com o intuito de garantir proteção para aos alunos e corpo técnico das escolas. Atendeu 74 escolas na zona rural, dentre elas, 11 escolas na zona rural de Mamuru Rio e 20 escolas na zona urbana da cidade, totalizando 94 escolas. A iniciativa contribuiu, ainda, com renda para mulheres do município que produziram cerca de 20 mil máscaras não médicas que fizeram parte dos kits de prevenção. Servidores receberam capacitação sobre limpeza e desinfecção de superfícies.

Para Werlison Silva, supervisor de ensino da Secretaria Municipal de Educação, o projeto garantiu a retomada das atividades escolares com mais segurança, com orientação e com comunicação. “Agradecemos imensamente essa parceria que fez com que a gente retornasse as atividades da escola com mais segurança, com orientação, com comunicação”, expôs.

Saúde

O Saúde na Floresta avançou e conseguiu alcançar sete Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Hospital Municipal, universidades, centros de referências e comunidades habitadas por povos tradicionais, a exemplo de Mamuru Rio, na fronteira do Estado. O projeto ultrapassou metas e realizou ao todo 11 campanhas com vacinação contra a COVID-19 e outras doenças. Ao todo, 406 pessoas foram imunizadas contra a COVID-19.

Vanderleia Oliveira da Silva, moradora da última comunidade do Mamuru Rio, a Mirizal, que fica cerca de 3 dias de barco da sede municipal, falou o que significa receber iniciativas como esta. “Chegar até nós é um local muito difícil, quando adoecemos é difícil chegar onde tem recursos. Minha vacina estava atrasada. Que ações como essa se repitam, pois é uma honra receber vocês aqui em nossa comunidade”, destacou.

Contando as 406 pessoas vacinadas contra a COVID-19 mais outras 213 pessoas que receberam outras vacinas de rotina, totalizou-se 619 pessoas imunizadas. É importante ressaltar que o público-alvo das vacinações, em sua grande maioria, são pessoas que residem em comunidades e regiões de difícil acesso, que não estavam conseguindo chegar aos locais de vacinação.

O projeto realizou ainda quatro oficinas de capacitação de lideranças comunitárias, religiosas, indígenas jovens e demais atores locais, além de serem entregues 12 mil unidades de sabão em barra, 12 mil unidades de sabão em pó, 12 mil unidades de sabonete, 12 mil unidades de água sanitária e 8 toneladas de álcool em gel, o que foi fundamental na preservação da vida, evitando a propagação também de outras doenças. Além disso, foram doados 70 carrinhos funcionais de limpeza, 280 totens para álcool em gel, quase 8 mil kits de prevenção compostos por: 1 sabonete; 1 sabão em barra; 5 máscaras; e 1 unidade de álcool gel de 500g.

Segundo Adaias Ramos Batista Neto, secretário municipal de Saúde, o Saúde na Floresta possibilitou avançar na cobertura vacinal em Juruti. “A Secretaria de Saúde participou efetivamente no decorrer do projeto com o IJUS através das divisões de vigilância em saúde no que diz respeito a vacinação contra a COVID-19. Então, essa parceria foi muito importante, já que conseguimos elevar nossa cobertura vacinal nas comunidades, lugares com difícil acesso”, atenta o gestor.

A presidente do IJUS, Maria Raimunda Melo, destaca o sucesso do projeto. “Foi um sucesso. Eu gostaria de agradecer imensamente aos nossos parceiros estratégicos, a USAID, NPI EXPAND e SITAWI, que financiaram este projeto para que pudéssemos executá-lo. Agradecer também nossos parceiros locais, as secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social pela parceria que nós conseguimos estabelecer. Muito obrigada”, disse a presidente. Já para Adanilce da Silva Canto, coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Saúde na Floresta deixa um importante legado. “Também ajudou a levar ações políticas públicas as comunidades”, aponta.

Fonte: Instituto Juruti Sustentável

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