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Bombeiros Militares de Santarém ajudarão em Brumadinho


Ida da equipe representa o reconhecimento de um trabalho honroso que vem sendo desenvolvido há meses em Santarém.

Equipe participou de um treinamento aéreo de adaptação com cães. Após dois anos de criação do Canil e intensos meses de treinamentos específicos, Bombeiros Militares e um cão do Grupamento de Busca e Resgate do 4º Grupamento de Bombeiros Militar, realizam os últimos ajustes para embarcarem para Brumadinho (MG). 

A equipe composta pelos Bombeiros Militares, Cabo BM Fábio Lima, Cabo BM Júlio Cesar Galúcio, Cabo BM Angélica, Soldado BM Thiago Carvalho e o cão de Busca “Bart”, seguirá para o Município mineiro para integrar as equipes de buscas pelas vítimas que continuam desaparecidas desde o rompimento da “Barragem do Feijão”.

Na segunda-feira (25), a equipe participou de um treinamento aéreo de adaptação com cães, com a simulação de algumas manobras de helicóptero que serão aplicadas durante as buscas. O vôo foi conduzido pela equipe da Empresa EMAR táxi aéreo, do Rio de Janeiro, composta pelos pilotos Marcos Alvarenga, Rafael Dantas e Bruno Martins.

De acordo com o Comandante do 4º Grupamento de Bombeiros Militar, Tenente Coronel Tito, a ida da equipe representa o reconhecimento de um trabalho honroso que vem sendo desenvolvido há meses, graças à dedicação dos Militares durante os treinamentos.

“Esse chamado mostra a importância e o reconhecimento do Comando da Instituição e da Secretaria de Segurança Pública do Pará, do investimento que foi feito, com tempo e com disponibilidade de militares ao treinamento do Bart, e também do treinamento do nosso pessoal, no que diz respeito à Cinoterapia. É uma seção nova na Unidade de Santarém, localizada no Oeste do Pará, no interior, e nós podemos dizer que está à vanguarda de muitas Unidades do Brasil, e o mais importante, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará mandando representantes para fazer parte desta operação, apesar de catastrófica, envolve apenas especialistas, e nós do interior somos esses especialistas. Então, é uma satisfação muito grande, uma ocorrência de cunho internacional, em que vamos nos juntar com estes bravos heróis que estão tentando dar um alento para essas famílias que ainda estão em busca de seus familiares”, finalizou Tenente Coronel Tito.

FIQUE POR DENTRO: O rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, resultou em um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil. A barragem de rejeitos classificada como de “baixo risco” e “alto potencial de danos”, era controlada pela Vale S.A. e estava localizada no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego de Feijão, no município brasileiro de Brumadinho, a 65 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

O rompimento resultou em um desastre de grandes proporções, considerado como um desastre industrial, humanitário e ambiental, com mais de 200 mortos e cerca de 93 desaparecidos, gerando uma calamidade pública. O desastre pode ainda ser considerado o segundo maior desastre industrial do século e o maior acidente de trabalho do Brasil. O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, em entrevista coletiva salientou que, na tragédia de Brumadinho, “o dano humano será maior”, diferente do rompimento da barragem de Bento Rodrigues, em Mariana, que também era controlada pela Vale S.A. e está a menos de 200 quilômetros de Brumadinho.

A tragédia de Mariana, de 2015, é, até então, o mais grave desastre ambiental da história provocado por vazamento de minério. Nesta perspectiva, um dos autores do relatório sobre barragem de minério intitulado Mine Tailing Storage: Safety is no Accident, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o geólogo Alex Cardoso Bastos, afirmou que “a tragédia em Brumadinho estará, certamente, no topo dos maiores desastres com rompimento de barragem de minério do mundo. Infelizmente, é possível que ultrapasse Stava, que foi a maior tragédia do tipo nos últimos 34 anos”. O Brasil agora é destaque na lista de tragédias do gênero, por ser o País com o maior número de mortes, somando até agora três desastres com perda humana ou grave dano ambiental desde 2014, com o rompimento da barragem da Herculano Mineração, em Itabirito (em 2014, com três mortes).

SOBE PARA 216 O NÚMERO DE MORTES: O número de mortes confirmadas na tragédia da Vale em Brumadinho subiu para 216. Após mais de dois meses, outras 89 pessoas permanecem desaparecidas, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais.

A tragédia ocorreu no dia 25 de janeiro. Esse é o 62º dia de buscas. Os últimos números, divulgados na segunda-feira (25) – quando a tragédia completou dois meses – traziam 214 mortes confirmadas.

Na terça-feira (26), o Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou à Justiça que a Vale pague, no mínimo, R$ 5 milhões para cada núcleo familiar dos trabalhadores e dos terceirizados da mineradora que morreram ou ficaram desaparecidos após o rompimento da barragem I da mina de Córrego do Feijão. Procurada, a Vale informou que ainda não foi notificada sobre a ação do MPT.

Uma força-tarefa está investigando a relação de drenos com a tragédia em Brumadinho. Os executivos da Vale, da TÜV SÜD e de outras duas empresas contratadas pela mineradora revelaram que instalaram na barragem que se rompeu os DHPs (Drenos Horizontais Profundos), recurso da engenharia que faz o papel de um filtro. O desafio da investigação é descobrir se este tipo de equipamento contribuiu para desestabilizar a estrutura da barragem. Com informações 4º GBM.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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