Aplicativo para avaliar moças, ‘Tubby’ nunca existiu, dizem criadores
App era 'mensagem' contra violação da intimidade, dizem jovens em vídeo. Na quarta, TJ-MG proibiu app no Brasil com base na Lei Maria da Penha.
Guilherme Salles e Rafael Fidelis, criadores do aplicativo 'Tubby', que nunca existiu, e se tratava de uma "mensagem" contra a violação da intimidade.
Os criadores do aplicativo “Tubby”, para homens avaliarem mulheres, revelaram que o lançamento do app nunca existiu e, na verdade, se tratava de uma campanha para conscientizar as pessoas dos limites da exposição da intimidade e dos riscos da violação da intimidade, de acordo com um vídeo publicado nesta sexta-feira (6) no YouTube pelos criadores.
A proposta do aplicativo gerou comoção entre as mulheres. A 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte (MG) chegou a proibir a disponibilização do “Tubby” em todo o Brasil na quarta-feira (4), dia em que o app seria lançado. Antes, a equipe responsável por ele cancelou seu lançamento para esta sexta.
No vídeo, os idealizadores, Guilherme Salles e Rafael Fidelis, apresentam, como parte da brincadeira, um suposto investidor que explica os objetivos do aplicativo. Ele fala em coreano, e o vídeo exibe uma legenda falsa em português. Ao ativar o sistema de legendas do YouTube, a legenda verdadeira surge.
“Sério, caras, vocês caíram nessa bobagem? 2014 já está chegando e ainda tem gente querendo regredir para 6ª série, dando notas pra pessoas do sexo oposto”, diz o rapaz, que permeia o discurso com menções ao aplicativo “Lulu”, direcionado ao público feminino que é incentivado a avaliar o comportamento masculino.
“Pessoas não são objetos, e a intimidade de um relacionamento, por pior que tenha sido, não pode ser exposta dessa forma."
"Esse tipo de aplicativo pode até ser "mera brincadeira", mas dão as ferramentas para pessoas anonimamente fazerem estragos na imagem pública das outras, caso ainda mais grave nos dias atuais, em que observamos intimidades filmadas por ex-namorados por exemplo vazando na rede e tendo repercussão drásticas”, continua.
O jovem fala ainda no “aspecto sexista”, “machista” e “heteronormativo” de aplicativos como o "Lulu" --e como também seria o "Tubby".
Ao fim, questiona se pessoas que usam apps como esses ouviram falar de “respeito, intimidade e privacidade” e sugere que deixem de ser “babaca, imaturo e sem noção”.
O aplicativo chegou à Google Play. Ao ser instalado, porém, o objetivo é direcionar os usuários para o vídeo no YouTube, mas apresenta falhas em alguns celulares. Os jovens que idealizaram o “Tubby” contaram com a ajuda do blogueiro Cid, do “Não Salvo”.
Fonte: Belo Horizonte, Google
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