Como anda o mercado de agregados minerais no Brasil?
O setor de agregados no Brasil é amplamente diversificado, sendo composto por cerca de 3.100 empresas, segundo dados da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção (Anepac). Entre elas, 600 são responsáveis pela produção de brita e 2500 pela extração de areia, com um total de 75.000 empregos diretos e 250.000 indiretos. Ainda de acordo com a instituição, a produção proveniente desta área chegou a atingir a marca dos 745 milhões de toneladas em 2013, após aquele ano, ele sofreu grandes quedas por 6 anos seguidos, mas começou a sua recuperação no ano passado. No entanto, com o surgimento da epidemia de Covid-19, o cenário se mostra ainda incerto para este mercado.
Utilizados no setor de Construção Civil, os agregados podem ser definidos como materiais minerais, granulares e inertes, que normalmente, são empregados em obras de infraestrutura, edificações residenciais, comerciais e industriais, habitações populares, edifícios públicos, pavimentações e manutenções de ruas, estradas e rodovias e dentre outros.
De acordo com o diretor-presidente do Grupo MBL, Edson Fonseca, os agregados de maior consumo no mundo são a brita, o cascalho e a areia. "Eles são obtidos de materiais rochosos diversos, consolidados ou granulares, que são resultantes da fragmentação natural ou industrial. Tendo como matérias-primas as rochas sedimentares como os arenitos e siltitos e os minerais metamórficos como os gnaisses, calcários e quartizitos, os agregados também podem ser produzidos a partir de ígneas como o granito, sienitos, basaltos e diabásios, de sedimentos sem consolidação e de mantos de alteração de rochas", comenta.
Edson explica que para criar determinadas estruturas como o concreto e o asfalto, estes materiais minerais precisam ser unidos ou misturados a produtos aglomerantes de ativação hidráulica (cimento) ou com ligantes betuminosos (piche), e é daí que se origina o termo 'agregado'. "Ainda se encaixam nessa designação, os materiais granulares rochosos usados em lastro de rodovias, enrocamentos para a prevenção de erosões hidráulicas e pavimentos com ou sem a adição de elementos ativos", cita.
Conforme Edson, o mercado de agregados no país é tão importante quanto a sua aplicabilidade, mas necessita de adaptações. "O mercado de agregados é um dos principais segmentos do setor minerário, sendo responsável pela produção de toda a matéria-prima mineral bruta ou beneficiada que é empregada de forma imediata na indústria da construção civil ou incorporada a produtos. Nos últimos anos, houve uma grande retração da produção, mas a adoção de recursos tecnológicos e a atitude reinventiva de grandes empresas envolvidas na área, contribuíram para o surgimento de alternativas que impulsionaram a lucratividade do segmento", afirma.
Segundo especialistas, existe uma expectativa de crescimento para o início da década, visto que algumas mudanças já foram realizadas, como a redução de custos e o aumento do potencial de eficiência das operações. "Hoje podemos contar com equipamentos que possibilitam uma classificação mais precisa de cada um dos agregados, o que acaba reduzindo as perdas e eleva os retornos no curto prazo para os fabricantes de agregados. Isso influenciará de forma positiva o planejamento econômico das empresas do segmento", destaca.
"Além disso, o investimento em tecnologia neste mercado tende a propiciar ganhos consideráveis. Apesar dos altos custos gerados pela manutenção destas novas maquinas, o investimento vale muito a pena, pois a qualidade da produção cresce de forma significativa e os processos ganham uma grande velocidade. Com esse maquinário, ainda é possível ter um controle mais preciso sobre as quantidades de insumos a serem utilizados, o que impede possíveis desperdícios e a geração de impactos ambientais", ressalta.
Fonte: Matheus Naves Coelho
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