Pixica: “Associação que promove o carnaval não tem organização e nem se programa”
Secretário de Cultura diz que dinheiro público tem que ser aplicado com responsabilidade.
O secretário Municipal de Cultura, Luís Alberto Figueira, popularmente conhecido por Luís Pixica, esteve em nossa redação para esclarecer sobre uma matéria publicada na edição passada, com o carnavalesco e diretor da ASAC (Associação Santarena de Agremiações Carnavalescas) Naldo Almeida, que disse que o carnaval santareno está em decadência, que não tem apoio do poder público.
“Eu lamento muito o posicionamento do Naldo Almeida com relação à questão do financiamento do carnaval. A prefeitura de Santarém, quando da nova gestão, desde 2017 decidiu cumprir a Lei, que proíbe qualquer subvenção social para instituições particulares, e a doação de dinheiro para blocos, e isso está certo. Quando o Naldo afirma que o carnaval está em decadência, é pura verdade, porque as associações que promovem o carnaval não se interessam e não se programam. A ASAC é uma delas, não se programa, não faz promoções, não faz nada para que possa angariar recursos e apresentar um bom carnaval para a população. Não é a Prefeitura que tem a obrigação de dar dinheiro para que essas instituições possam se apresentar; a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, tem dado total apoio às iniciativas das associações onde cabe a nós fomentar este segmento cultural, pois o carnaval é uma cultura de Santarém, o carnaval santareno sempre foi outrora patrocinado pela iniciativa privada. Vocês sabem muito bem disso, o Breguelhegue tinha o patrocínio do Paulo da Imatec e outros empresários; a própria Pulga faz suas promoções para se manter; nós temos vários outros blocos que tentam se manter. Agora, a Associação que congrega esses blocos não têm organização, e aí não dá para se fazer um trabalho ao longo do ano, não vai ser um mês antes do carnaval que os blocos vão se organizar e querer exigir da Prefeitura dinheiro para se manter. Na verdade, eu não concordo com isso, acho que o dinheiro público tem de ser aplicado com responsabilidade e desde o ano passado, quando nós assumimos a secretaria de Cultura, juntamente com prefeito Nélio Aguiar, decidimos por não financiar o carnaval, até em cumprimento da determinação da Lei”, declarou.
PRAÇA DE EVENTOS É O LOCAL IDEAL PARA O DESFILE: Luís Pixica também se pronunciou sobre um dos pontos que também foram alegados pelo membro da ASAC, em relação à Praça de Eventos, que para o estilo de carnaval dos blocos de enredo não é adequada.
“Na verdade, isso é uma desculpa. A decisão de mudar o carnaval da orla de Santarém para a Praça de Eventos, não foi isolada, foi uma decisão tomada por várias instituições, que solicitaram à Prefeitura, como a Associação Comercial, Clube dos Dirigentes Lojistas, enfim, todas as instituições apresentaram uma justificativa plausível, até porque a Praça de Eventos é um local para se fazer os eventos. Essa história de dizer que não é um local adequado, não passa de desculpa sem muito nexo, porque é lá que devem ser realizados os eventos. Foi feito, inclusive, com participação ano retrasado, se não me falha a memória, de blocos que fazem parte da ASAC, como o Cacique da Prainha que se apresentou lá sem problema algum. Portanto, acho que é mais uma desculpa que não tem credibilidade para que seja levada a sério e nós estamos trabalhando com afinco para o que vai acontecer este ano. É bom que se diga à população, que a LIBES (Liga Independente de Blocos de Empolgação) vai promover o carnaval lá na Praça de Eventos e vai ter o apoio da Prefeitura; nós iremos dar o apoio com a estrutura de som, com tudo que for necessário, mas sem repasse financeiro para blocos. A LIBES é uma associação que tem 12 blocos, e este ano vão unir dois blocos com seis agremiações cada, ou seja, dois blocos grandes que irão participar do carnaval na Praça de Eventos em dois dias. Eu tenho certeza absoluta que vai ser um carnaval diferente, eles estão trazendo algumas atrações regionais que poderão participar dos blocos e nós estaremos lá fomentando, dando apoio, para que saia um grande e bonito carnaval para o povo, tanto em Santarém, como em Alter do Chão”, informou o Secretário de Cultura.
PRIVATIZAÇÃO DO CARNAVAL EM ALTER DO CHÃO: O titular da pasta de Cultura falou sobre a privatização do carnaval na vila balneária de Alter do Chão: “Nós conversamos com o Prefeito e com o Secretário de Turismo, Diego Pinho, para que fizéssemos um carnaval diferenciado em Alter do Chão. Eu quero aqui dá o crédito desta iniciativa para o Secretário de Turismo, que deu a ideia de fazermos um carnaval com parceria da iniciativa privada. Ele está tomando a frente desta edição do carnaval de Alter do Chão com a iniciativa privada, porque Alter tem 4 dias de carnaval, e sempre a Prefeitura colaborou em dois dias com esse carnaval lá e dois dias eram feitos pela comunidade e as empresas. Este ano o Diego deu a ideia de se fazer o carnaval com iniciativa privada, para isso, foi aberta uma licitação na modalidade de chamamento público, o edital foi publicado e estamos aguardando os trâmites para que possamos apresentar e fazer as suas propostas. A ideia é que no sábado lá em Alter do Chão tenhamos o carnaval na praça do Sairé, o tradicional mela-mela e teremos também dentro do Lago dos Botos o evento promovido por essa empresa que possivelmente possa se habilitar no processo licitatório. Portanto, já vamos ter sim participação da iniciativa privada, nós estamos buscando isso, acho que este ano vai ser mais um teste para o próximo ano. Se houver mais interesse, nós podemos até deixar que a iniciativa privada possa promover o carnaval, tanto em Santarém quanto em Alter do Chão, pois assim eu tenho certeza que a gente desenvolve a nossa cultura sem sacrificar o erário”, detalhou.
OPERAÇÃO PERFUGA: Recentemente foi noticiado que a Justiça teria bloqueado o valor de R$ 100 mil de suas contas, em virtude de uma delação do ex-vereador Reginaldo Campos que teria citado seu nome como advogado contratado para defendê-lo na Operação Perfuga, que de acordo com a Lei, você como Secretário, não poderia atuar. O que o senhor tem a explicar sobre dessa situação? Perguntamos.
“Eu vou com todo respeito, dizer a vocês, que isso me soa meio estranho. Eu tenho 22 anos de profissão como advogado, eu sei os meus direitos e meus deveres. Quando nós assumimos a Secretaria de Cultura tínhamos a consciência de que estaríamos impedidos de advogar, portanto, eu não advoguei para o Reginaldo e nunca advoguei para ninguém estando no cargo de Secretário. Isso vai ser explanado nos autos, eu não quero aqui deixar nenhuma margem para que o Ministério Público possa pegar a minha entrevista e dizer que eu estou lhe afrontando. Vou mostrar tudo às claras, dentro do processo. Eu não advoguei o para o Reginaldo e diga-se de passagem eu não cometi nenhum crime. Essa história que bloquearam R$ 100 mil da minha conta é mentirosa e irresponsável. Minha conta não foi bloqueada, até porque eu não tenho esse valor. Se tivesse esse valor, certamente não estaria trabalhando na Prefeitura. Estou na Prefeitura, trabalhando, porque eu gosto desta terra, eu amo a minha terra e eu quero fazer algo por ela. É por isso que lá estou. Se esses valores que foram colocados, de que eu teria recebido para defender o Reginaldo, fossem verdadeiros, eu imediatamente pediria exoneração e aceitaria trabalhar para ele, porque seria um valor muito vultuoso. Não tem crime. Eu não advoguei para o Reginaldo. É muito fácil você tentar difamar as pessoas, eu estou de cabeça erguida, não cometi crime, não roubei, e não vim para a Prefeitura para cometer ilícitos. Eu vim aqui para ajudar a desenvolver nossa cidade”, se pronunciou.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto
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