Guerra Informacional no Banco dos Réus
Supremo ouve defesas de
militares e civis acusados de preparar ataque à democracia após eleições de
2022
O Supremo
Tribunal Federal deu início nesta terça-feira (14/10) ao julgamento do núcleo 4
da chamada trama golpista. O grupo é formado
por militares da reserva, um agente da Polícia Federal e o presidente do
Instituto Voto Legal. Ao todo, são sete réus e eles estão sendo julgados por
crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e ataque às instituições
democráticas.
Segundo a
Procuradoria-Geral da República, esse grupo operou uma verdadeira guerra
informacional. A acusação aponta que o plano foi articulado de dentro do
próprio governo, com uso da máquina pública para disseminar desinformação,
desacreditar as urnas eletrônicas e abalar a confiança popular nas
instituições.
O
procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou as ações como um
esforço coordenado para corroer a democracia — com monitoramento ilegal,
ataques à honra de autoridades e até um relatório fraudulento sobre as urnas.
As defesas
negaram envolvimento em qualquer articulação golpista. Algumas alegaram falta
de provas diretas, outras afirmaram que os acusados apenas seguiram ordens ou
fizeram análises técnicas, como no caso do Instituto Voto Legal.
A sessão foi
marcada por uma agilidade inesperada: tanto Gonet quanto os advogados falaram
por menos tempo do que o previsto.
O primeiro advogado
de defesa a falar foi Gustavo Zortéa, defensor do major Ailton Moraes Barros.
Ele afirmou que as postagens do cliente eram apenas marketing político, sem
intenção golpista. Na sequência, Zoser de Araújo, advogado do major
Ângelo Denicoli, criticou a falta de provas e a ausência de mensagens que
pudessem esclarecer o papel do réu.
Já Melilo
Diniz, defensor do engenheiro Carlos Moretzsohn Rocha, disse que o trabalho
do Instituto Voto Legal foi técnico e sigiloso, e que a ação no TSE foi decisão
do PL — partido cujo presidente, Valdemar Costa Neto, sequer foi denunciado.
À tarde, Juliana
Malafaia, advogada de Giancarlo Rodrigues, negou qualquer vínculo do
cliente com Ramagem e disse que o uso do sistema First Mile ocorreu fora do
período investigado. Depois, Leonardo Avelar, defensor de Guilherme
Almeida, questionou a competência do STF e disse que a acusação se baseia em
conjecturas, sem provas concretas.
Hassan
Souki, que representa
Marcelo Bormevet, lembrou que seu cliente deixou a Abin antes dos atos de 8 de
janeiro e negou envolvimento com desinformação. Encerrando, Diego Ricardo
Marques, advogado de Reginaldo de Abreu, disse que a simples impressão de
documentos não comprova participação em ação golpista.
Com isso, a
fase de sustentações orais foi concluída pela tarde, e o julgamento foi
suspenso para retomar na próxima terça‑feira,
dia 21, quando os ministros começarão a votar.
Fonte: Katia
Maia
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