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Redivisão do Pará vira tema tabu na campanha deste ano


Após mobilizar o Pará em 2011, o plebiscito que barrou a divisão do Estado se tornou um tabu na atual eleição.

Candidatos que polarizam a disputa, Simão Jatene (PSDB) e Helder Barbalho (PMDB) têm fugido do tema para não melindrar aliados.

A votação de dezembro de 2011 rejeitou a criação dos Estados do Carajás (65,6% votaram pelo “não” à divisão) e de Tapajós (65,1%), mantendo o atual desenho do Pará e seu 1,2 milhão de km2. O “não” teve votação expressiva na capital e arredores.

Na ocasião, o governador Jatene integrou a frente do “não”. O atual candidato a vice-governador de Helder, deputado federal Lira Maia (DEM), encabeçou a ideia da criação de Tapajós, que teve Duda Mendonça na condução da propaganda.


Para as campanhas, defender a partilha significa contrariar o eleitorado da capital e região (30% do total). E encampar a manutenção do atual território é desagradar eleitores das “capitais” separatistas de Santarém e Marabá (7% só nas duas cidades).

Em Belém, Helder costuma ser alvo de críticas pela escolha do vice, que ainda tenta ressuscitar a divisão do Pará – apresentou proposta na Câmara para limitar o plebiscito apenas à população dos possíveis novos Estados.

CAMPANHA

Imagens do peemedebista em Marabá sobre um caminhão do “sim”, na campanha de 2011, circularam na internet em redes sociais e em um jornal próximo ao PSDB.

Na reta final da campanha, a coligação de Jatene passou a atacar o vice de Helder em propagandas. “Quem quer dividir o Pará não pode governar o Pará”, diz o locutor.

Para tentar evitar possível desgaste em Belém, a campanha do PMDB “escondeu” Lira Maia na campanha.

Helder, que é filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), justifica a escolha do vice como um aceno às regiões que buscaram emancipação.

“Temos que levar em consideração a mensagem das regiões que se indignam pela ausência do Estado”, disse recentemente o peemedebista.

Jatene reconhece a “insuficiência do Estado” nas áreas separatistas, mas procura incluir a União na equação para diluir responsabilidades.

“É um tema difícil de tratar de forma telegráfica. Há o risco de [abordar o assunto e] contribuir para colocar em conflito frações da população nessas regiões”, disse o tucano à Folha, com promessas de descentralizar a gestão.

O plebiscito, diz Jatene, criou animosidade entre capital e interior. “Hoje circulo nessas regiões [do interior] de forma tranquila. Não digo que ganho a eleição lá, mas levaram o povo a crer que fui o grande carrasco da não criação dos Estados.”

Procurado, Lira Maia não comentou o assunto.

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