Não me recordo quando estava inserido na comunidade educacional do município de algum professor que tenha sido dispensado devido não seguir o modo operandas do estabelecimento de ensino, que pela população é visto como um dos que ao lado do colégio Dom Amando (CDA), volta sua atenção á formação educacional dos estudantes santarenos.
O colégio Santa Clara administrado pela irmandade das freiras da Imaculada Conceição, simplesmente dispensou os serviços profissionais do biólogo Josué Figueira pelo simples fato do mesmo seguir a religião evangélica. Ele simplesmente é membro da Igreja da Paz. Cabe aqui uma pergunta ás irmãs da Imaculada Conceição: ‘todas as religiões não são direcionadas a Deus? – ou somente no Santa Clara é preciso seguir as normas religiosas impostas pela direção do estabelecimento de ensino? É duro constatar que pelo simples fato de ser membro da Igreja da Paz um excelente professor é demitido por justa causa por não compactuar com os ensinamentos do citado colégio.
Quando eu ministrava aulas no colégio Álvaro Adolfo da Silveira, Dom Amando e Santa Clara todos os professores eram tratados respeitando suas crenças religiosas. E saliente-se que no nosso tempo de aluno do CDA, tínhamos como diretora do Santa Clara a irmã Otaviana, que para a maioria da comunidade santarena foi vista como ‘tirana’ e dura na queda. Mas em momento algum a citada religiosa se indispôs com professores que optavam por uma outra crença. Achamos que todas as religiões levam a Cristo, nosso Salvador. Sinceramente não dá para entender o posicionamento da direção do Santa Clara. Se houvesse motivo que justificasse a dispensa do referido professor, ainda assim teria que ser feita pelos meios legais. Mas absurdamente as irmãs que administram o centenário educandário optaram pela maneira mais simples, ou seja, calculando o tempo de serviço do professor Josué e efetuando o pagamento que o mesmo teve direito pelo tempo que esteve em sala de aula. E o que mais causa indignação é o fato do mesmo gozar da amizade e simpatia de todos os demais mestres daquele estabelecimento de ensino. Todos foram apanhados de surpresa com a exoneração de Josué.
O tempo que passei como professor de história do Santa Clara foi de aprendizagem. Foi lá que fui solidificando minha nobre missão de ser mais um professor do município de Santarém, e não um educador por excelência, mas sim um profissional compromissado com o aprendizado dos nossos alunos.
Nós tivemos a sorte de receber ensinamentos de profissionais qualificados. Permitam-se citar os mestres Nicolino Campos, Ronaldo Hein, Ricardo Kinsman, Luciola Freire, Terezinha Corrêa. e outros mais que de forma decisiva contribuíram para que tivéssemos uma aprendizagem de ótima qualidade. E nunca reclamamos sequer quando um dos mestres não chegava ao Dom Amando para ministrar suas aulas.
Enquanto a direção do Santa Clara dispensa os trabalhos profissionais do professor e biólogo Josué Figueira, Santarém acaba de receber havia quinze dias atrás, mais uma leva de novos biólogos á disposição da comunidade escolar.
Somos suspeitos de tocar no assunto porque ele é casado com minha filha Suellen Cristina. Mas se toco no assunto é devido a falta de a direção do Santa Clara não se prontificar em chamá-lo para uma conversa `teté á teté´e não simplesmente manda-lo embora e privando alguns alunos de receberem aulas bem planejadas e de pura motivação. Quem ministra aulas é um estudioso e pesquisador. Por várias vezes presenciei Josué com vários livros abertos a sua frente elaborando planos de aula para serem ministrados aos seus alunos. Traduzindo para o português mais simples: nunca adentrava em sala de aula com ensinamentos supérfluos, e sim dotada do que mais moderno existe na biologia.
Por José Aurélio Rocha*
Professor e jornalista FENAJ 128
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