quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

COLÉGIO SANTA CLARA DISPENSA PROFESSOR DE BIOLOGIA, POR SER MEMBRO DA IGREJA DA PAZ



Não me recordo quando estava inserido na comunidade educacional do município de algum professor que tenha sido dispensado devido não seguir o modo operandas do estabelecimento de ensino, que pela população é visto como um dos que ao lado do colégio Dom Amando (CDA), volta sua atenção á formação educacional dos estudantes santarenos.
O colégio Santa Clara administrado pela irmandade das freiras da Imaculada Conceição, simplesmente dispensou os serviços profissionais do biólogo Josué Figueira pelo simples fato do mesmo seguir a religião evangélica. Ele simplesmente é membro da Igreja da Paz. Cabe aqui uma pergunta ás irmãs da Imaculada Conceição: ‘todas as religiões não são direcionadas a Deus? – ou somente no Santa Clara  é preciso seguir as normas religiosas impostas pela direção do estabelecimento de ensino? É duro constatar que pelo simples fato de ser membro da Igreja da Paz um excelente professor é demitido por justa causa por não compactuar com os ensinamentos do citado colégio.
Quando eu ministrava aulas no colégio Álvaro Adolfo da Silveira, Dom Amando e Santa Clara todos os professores eram tratados respeitando suas crenças religiosas. E saliente-se que  no nosso  tempo de aluno do CDA, tínhamos como diretora do Santa Clara a irmã Otaviana, que para a maioria da comunidade santarena foi vista como ‘tirana’ e dura na queda. Mas em momento algum a citada religiosa se indispôs com professores que optavam por uma outra crença. Achamos que todas as religiões levam a Cristo, nosso Salvador. Sinceramente não dá para entender o posicionamento da direção do Santa Clara. Se houvesse motivo que justificasse a dispensa do referido professor, ainda assim teria que ser feita pelos meios legais. Mas absurdamente as irmãs que administram o centenário educandário optaram pela maneira mais simples, ou seja, calculando o tempo de serviço do professor Josué e efetuando o pagamento que o mesmo teve direito pelo tempo que esteve em sala de aula. E o que mais causa indignação é o fato do mesmo gozar da amizade e simpatia de todos os demais mestres  daquele estabelecimento de ensino. Todos foram apanhados de surpresa com a exoneração de Josué.
O tempo que passei como professor de história do Santa Clara foi de aprendizagem. Foi lá que fui solidificando minha nobre missão de ser mais um professor do município de Santarém, e não um educador por excelência, mas sim um profissional compromissado com o aprendizado dos nossos alunos.
Nós tivemos a sorte de receber ensinamentos de profissionais qualificados. Permitam-se citar os mestres Nicolino Campos, Ronaldo Hein, Ricardo Kinsman, Luciola Freire, Terezinha Corrêa. e outros mais que de forma decisiva contribuíram para que tivéssemos uma aprendizagem de ótima qualidade. E nunca reclamamos sequer quando um dos mestres não chegava ao Dom Amando para ministrar suas aulas.
Enquanto a direção do Santa Clara dispensa os trabalhos profissionais do professor  e biólogo Josué Figueira, Santarém acaba de receber havia quinze dias atrás, mais uma leva de novos biólogos á disposição da comunidade escolar.
Somos suspeitos de tocar no assunto porque ele é casado com minha filha Suellen Cristina. Mas se toco no assunto é devido a falta de a direção do Santa Clara não se prontificar em chamá-lo para uma conversa `teté á teté´e não simplesmente manda-lo embora  e privando alguns alunos de receberem aulas bem planejadas e de pura motivação. Quem ministra aulas é um estudioso e pesquisador. Por várias vezes presenciei Josué com vários livros abertos a sua frente elaborando planos de aula para serem ministrados aos seus alunos. Traduzindo para o português mais simples: nunca adentrava em sala de aula com ensinamentos supérfluos, e sim dotada do que mais moderno existe na biologia.

Por José Aurélio Rocha*
Professor e jornalista FENAJ 128

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